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quarta-feira, 6 de junho de 2018

A Grande Crise de 29

Por maior que fosse o clima de otimismo , o aumento de consumo , nos
Estados Unidos, não acompanhou o rápido crescimento da produtividade
industrial e agrícola. A superprodução e o crescimento desmedido do
crédito prenunciaram a crise do fim dos anos 1920. A rápida expansão
econômica trouxe um clima propício para a especulação sem limites no
mercado de ações, praticada , sobretudo , pelas corporações e pelos
bancos. Com o delinear da crise, precipitou-se uma corria para vender
ações, o que culminou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque
, em outubro de 1929. Por conta da predominância da economia americana
e da interdependência entre os mercados mundiais , a quebra da bolsa
nos Estados Unidos provocou uma crise econômica mundial sem
precedentes. A suspensão de créditos  e a falência de atividades
comerciais , agrícolas , industriais e bancárias geraram a retração do
comércio externo em muitos países e o desemprego em massa. Sem
seguridade social (seguro-desemprego, aposentadoria , etc.) , os
trabalhadores foram os mais atingidos. A crise trouxe consequências
sociais e políticas globais, mesmo nas economias europeias mais
tradicionais. Países periféricos capitalistas , como o Brasil, que
dependiam da exportação de poucos produtos primários , como o café ,
também foram atingidos. Na América Latina , doze países mudaram de
governo ou regime entre 1930 e 1931.  A economia capitalista parecia
desmoronar . A exceção ao contexto mundial era a economia planificada
do comunismo russo, que estava aparentemente imune à crise e passava
por um momento de rápida industrialização. Nas sociedades capitalistas
centrais, os esquemas da velha economia liberal não apresentavam uma
solução a curto prazo. Não se sabia exatamente o que fazer para
recuperar a economia e a credibilidade nas instituições financeiras. A
exacerbação dos conflitos sociais e o medo da expansão da revolução
social a partir da Rússia fizeram com que , aos poucos , a livre
iniciativa cedesse lugar à planificação econômica em vários países.
Foi o que aconteceu nos Estados Unidos com a implantação do New Deal ,
em 1933 , pelo presidente Franklin Delano Roosevelt. O New Deal
instituiu programas de auxílio aos trabalhadores e combate ao
desemprego.  Grandes obras públicas absorveram parte da força de
trabalho , ainda que de maneira temporária. Os fazendeiros foram
providos de empréstimos e estimulados a reduzir a produção ou, até
mesmo,  a não produzir. Ao mesmo tempo, o governo incentivou a
retomada da produção industrial e a restauração da confiança nos
bancos. Em seu segundo mandato , Roosevelt ampliou as reformas
sociais, aproximando-se dos sindicatos e das massas urbanas. O
resultado desse processo foi o estabelecimento , após o fim da Segunda
Guerra Mundial, de um capitalismo reformado nas economias centrais ,
que dava prioridade às questões sociais, como as políticas de pleno
emprego.

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