Há
algum tempo surgiu um modismo denominado escova progressiva , que utilizava
formol para alisar os cabelos. O formol é uma solução de metanal ou formaldeído
, matéria-prima cujo uso em cosméticos é autorizado apenas como conservante
(limite máximo igual a 0,2%) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo
permitido igual a 5%). Como a unha é
constituída de moléculas de a-queratina (da mesma forma que os fios de cabelo),
surgiu a ideia de utilizar o produto nos cabelos para fixá-los numa determinada
conformação. Só que , para atuar como alisante é necessário utilizar solução de
formol a 37% (uma concentração pelo menos sete vezes maior que a permitida para
"endurecer" as unhas). Como alisante , o formol age destruindo as
moléculas que dão forma ao fio e por isso é utilizado com altas concentrações
de queratina para criar uma capa que encobre os estragos internos. O efeito é
semelhante ao da calda vermelha da maça do amor: por fora , tudo fica lindo ,
liso e cheio de brilho , mas basta uma leve pressão para que a cobertura rígida
comece a rachar e quebrar. Outra consequência desse enrijecimento dos fios é o
excesso de oleosidade na raiz , já que a produção sebácea natural do couro
cabeludo não consegue deslizar pelos cabelos. O formol é considerado
cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde , OMS. Quando absorvido pelo
organismo por inalação e , principalmente , pela exposição prolongada ,
apresenta o risco de desenvolvimento de câncer de boca , de narinas , de pulmão
e de cérebro, entre outros. É um risco desproporcional a qualquer ganho
financeiro ou resultado estético provisório , tanto para quem aplica o produto
como para quem se submete a ele.