Paulatinamente as colônias africanas conquistaram sua independência ,
com a importante exceção das portuguesas Angola
, Moçambique e
Guiné-Bissau (Portugal , que tinha liderado a
expansão ultramarina
europeia , nos séculos XV e XVI , foi quase o
último a abandoná-la. As
novas "nações" eram definidas pelas
fronteiras impostas pelos
colonizadores europeus , dentro das quais
conviviam , com frequência ,
povos de muitas línguas , raças e costumes em
constante atrito. O
nacionalismo dos governantes foi a resposta aos
perigos postos pelas
forças internas. Inúmeras mitologias nacionais
foram forjadas
procurando dissolver as diferenças. Países
recém-nascidos buscavam
copiar modelos europeus , inventavam um passado
glorioso de Dois ,
Três , Quatro ou até Cinco Mil Anos. Um
exemplo extraordinário dos
fantasmas que a Europa forjou na África foi o
processo de
independência do Congo Belga , atual República
Democrática do Congo
(Ex-Zaire). O Congo fora um presente dado ao rei
Leopoldo II, da
Bélgica, em 1885, pela Conferência de Berlim ( a
grande imagem do
imperialismo do século XIX). O movimento de
libertação ganhou força na
década de 1950, sob a liderança de Patrice
Lumumba. Em 1960, a Bélgica
viu-se obrigada a conceder a independência à
colônia. Lumumba foi
eleito primeiro-ministro , mas , um mês
após sua posse , eclodiu uma
rebelião para derrubá-lo . Num golpe de Estado
apoiado pelos Estados
Unidos , Lumumba foi sequestrado e assassinado
em janeiro de 1961, e o
Congo lançado numa sangrenta ditadura comandada
por Joseph Désiré
Mobutu.