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domingo, 17 de junho de 2018

Mama África


Paulatinamente as colônias africanas conquistaram sua independência ,
com a importante exceção das portuguesas Angola , Moçambique e
Guiné-Bissau (Portugal , que tinha liderado a expansão ultramarina
europeia , nos séculos XV e XVI , foi quase o último a abandoná-la. As
novas "nações" eram definidas pelas fronteiras impostas pelos
colonizadores europeus , dentro das quais conviviam , com frequência ,
povos de muitas línguas , raças e costumes em constante atrito. O
nacionalismo dos governantes foi a resposta aos perigos postos pelas
forças internas. Inúmeras mitologias nacionais foram forjadas
procurando dissolver as diferenças. Países recém-nascidos buscavam
copiar modelos europeus , inventavam um passado glorioso de Dois ,
Três , Quatro ou até Cinco Mil Anos.  Um exemplo extraordinário dos
fantasmas que a Europa forjou na África foi o processo de
independência do Congo Belga , atual República Democrática do Congo
(Ex-Zaire). O Congo fora um presente dado ao rei Leopoldo II, da
Bélgica, em 1885, pela Conferência de Berlim ( a grande imagem do
imperialismo do século XIX). O movimento de libertação ganhou força na
década de 1950, sob a liderança de Patrice Lumumba. Em 1960, a Bélgica
viu-se obrigada a conceder a independência à colônia. Lumumba foi
eleito primeiro-ministro , mas , um  mês após sua posse , eclodiu uma
rebelião para derrubá-lo . Num golpe de Estado apoiado pelos Estados
Unidos , Lumumba foi sequestrado e assassinado em janeiro de 1961, e o
Congo lançado numa sangrenta ditadura comandada por Joseph Désiré
Mobutu.

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