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domingo, 17 de junho de 2018

A Era Dos Impérios

As regiões subdesenvolvidas do mundo encontravam mercados para sua
produção agrícola e adquiriam produtos europeus. A participação  no
mercado mundial  proporcionava riqueza para alguns setores sociais ,
mas significava dificuldades para outros , bem como a perda de
costumes tradicionais. Ela significou  a quase escravidão para os
índios que extraíam látex às margens do rio Orinoco , na América do
Sul, e para os africanos com a mesma atividade , às margens do rio
Congo. Aumentar a produção agrícola para atender aos mercados europeus
frequentemente criava novos problemas. A produção de café ou de anil
em larga escala para atender aos mercados europeus frequentemente
criava novos problemas . A produção de café ou de anil em larga escala
para exportação levou  à redução da área dedicada ao plantio de
alimentos e , com isso, à queda no abastecimento de gêneros
alimentícios. Embora a Inglaterra tivesse se industrializado primeiro
, suas vantagens no comércio mundial estavam diminuindo a cada dia ,
pois outras nações começavam a competir por mercados. Os industriais
ingleses defendiam os novos impérios , argumentando que a Inglaterra
perderia terreno na luta pela sobrevivência e seria superada por
nações , como a Alemanha ou os Estados Unidos , que já estavam
deixando para trás na produção de mercadorias essenciais , como carvão
, ferro e aço. Competir . Vencer . Imperar. As imagens de juventude e
vitalidade , de sobrevivência e decadência , de competição entre os
capazes e os incapazes eram parte da linguagem do darwinismo social,
permeada de alusões a etnias e conflito, à superioridade ou
inferioridade dos povos. Muitos liberais acreditavam que a extensão do
império, da lei , da ordem e da civilização industrial elevaria os
"povos atrasados" a escala da evolução e da civilização.  Defendiam
que seu  dever de cristãos era dar o exemplo e educar outros. Os
missionários cristãos foram os primeiros a entrar em contato com povos
estrangeiros e a adquirir conhecimentos sobre eles , e os primeiros a
criar uma escrita para aqueles que não conheciam nenhuma. Em todo o
século  XIX, eles penetraram regiões inexploradas para pregar e
continuar a cruzada contra a escravidão - a que particularmente os
ingleses se opunham . Missionários como David Livingstone acreditavam
que o comércio de escravos nessas regiões só terminaria quando os
próprios nativos conhecessem a lei , a ordem e a estabilidade , e
quando a economia mundial de mercado lhes oferecesse alternativas à
antiga submissão pela guerra , pilhagem e escravidão. As explorações
de Livingstone , na Bacia do Congo , e as de Richard Burton e John
Speke , que apostaram uma corrida   entre si , e com Livingstore ,
para descobrir as nascentes do rio Nilo, fascinaram muitos europeus.
Patrocinados pelas sociedades geográficas nacionais e de exploração ,
e estimulados pelos militares de suas respectivas  nações , os
exploradores penetraram a imaginação de europeus e americanos. Homens
e nações competiam para descobrir a montanha mais alta, o rio mais
longo e a catarata mais elevada. A ficção de autores  ingleses , como
Rudyard Kipling (1865-1936) e Henry Rider Haggard ( 1856-1925) ,
gerava fascínio por lugares distantes e povos desconhecidos. Nela o
que avultava era o heroísmo e a "responsabilidade" do " homem branco"
, e não exploração , a crueldade e os abusos do império. Enquanto a
literatura valorizava a "responsabilidade do homem branco" , os
governos europeus estabeleceram diferentes graus de controle político
sobre grande parte do resto do mundo, por meio da anexação pura e
simples de territórios como colônias ou da criação de protetorados ,
com governos próprios ou de esferas de influência , nas quais eles
gozavam de privilégios comerciais e jurídicos , sem nenhum
envolvimento militar ou político. A resistência dos não-europeus à
penetração econômica e ao controle europeu e americano não pode ser
subestimada . A história de cada área foi diferente , segundo a sua
resistência ao controle externo.



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