As regiões subdesenvolvidas do mundo encontravam
mercados para sua
produção agrícola e adquiriam produtos europeus.
A participação no
mercado mundial proporcionava riqueza para
alguns setores sociais ,
mas significava dificuldades para outros , bem
como a perda de
costumes tradicionais. Ela significou a
quase escravidão para os
índios que extraíam látex às margens do rio
Orinoco , na América do
Sul, e para os africanos com a mesma atividade ,
às margens do rio
Congo. Aumentar a produção agrícola para atender
aos mercados europeus
frequentemente criava novos problemas. A
produção de café ou de anil
em larga escala para atender aos mercados
europeus frequentemente
criava novos problemas . A produção de café ou
de anil em larga escala
para exportação levou à redução da área
dedicada ao plantio de
alimentos e , com isso, à queda no abastecimento
de gêneros
alimentícios. Embora a Inglaterra tivesse se
industrializado primeiro
, suas vantagens no comércio mundial estavam
diminuindo a cada dia ,
pois outras nações começavam a competir por
mercados. Os industriais
ingleses defendiam os novos impérios ,
argumentando que a Inglaterra
perderia terreno na luta pela sobrevivência e
seria superada por
nações , como a Alemanha ou os Estados Unidos ,
que já estavam
deixando para trás na produção de mercadorias
essenciais , como carvão
, ferro e aço. Competir . Vencer . Imperar. As
imagens de juventude e
vitalidade , de sobrevivência e decadência , de
competição entre os
capazes e os incapazes eram parte da linguagem
do darwinismo social,
permeada de alusões a etnias e conflito, à
superioridade ou
inferioridade dos povos. Muitos liberais
acreditavam que a extensão do
império, da lei , da ordem e da civilização
industrial elevaria os
"povos atrasados" a escala da evolução
e da civilização. Defendiam
que seu dever de cristãos era dar o
exemplo e educar outros. Os
missionários cristãos foram os primeiros a
entrar em contato com povos
estrangeiros e a adquirir conhecimentos sobre
eles , e os primeiros a
criar uma escrita para aqueles que não conheciam
nenhuma. Em todo o
século XIX, eles penetraram regiões
inexploradas para pregar e
continuar a cruzada contra a escravidão - a que
particularmente os
ingleses se opunham . Missionários como David
Livingstone acreditavam
que o comércio de escravos nessas regiões só
terminaria quando os
próprios nativos conhecessem a lei , a ordem e a
estabilidade , e
quando a economia mundial de mercado lhes
oferecesse alternativas à
antiga submissão pela guerra , pilhagem e
escravidão. As explorações
de Livingstone , na Bacia do Congo , e as de
Richard Burton e John
Speke , que apostaram uma corrida
entre si , e com Livingstore ,
para descobrir as nascentes do rio Nilo,
fascinaram muitos europeus.
Patrocinados pelas sociedades geográficas
nacionais e de exploração ,
e estimulados pelos militares de suas
respectivas nações , os
exploradores penetraram a imaginação de europeus
e americanos. Homens
e nações competiam para descobrir a montanha
mais alta, o rio mais
longo e a catarata mais elevada. A ficção de
autores ingleses , como
Rudyard Kipling (1865-1936) e Henry Rider
Haggard ( 1856-1925) ,
gerava fascínio por lugares distantes e povos
desconhecidos. Nela o
que avultava era o heroísmo e a
"responsabilidade" do " homem branco"
, e não exploração , a crueldade e os abusos do
império. Enquanto a
literatura valorizava a "responsabilidade
do homem branco" , os
governos europeus estabeleceram diferentes graus
de controle político
sobre grande parte do resto do mundo, por meio
da anexação pura e
simples de territórios como colônias ou da
criação de protetorados ,
com governos próprios ou de esferas de
influência , nas quais eles
gozavam de privilégios comerciais e jurídicos ,
sem nenhum
envolvimento militar ou político. A resistência
dos não-europeus à
penetração econômica e ao controle europeu e
americano não pode ser
subestimada . A história de cada área foi
diferente , segundo a sua
resistência ao controle externo.