A política agrícola da maior
parte dos países ainda não se adaptou à economia mundial. De um lado , os
países subdesenvolvidos não dispõem de recursos financeiros volumosos para
subvencionar seus agricultores. De outro , os países desenvolvidos , como
Japão, Estados Unidos e integrantes da
União Européia , mantém uma política agrícola com subsídios aos agricultores e
protecionismo de mercado. Entre os temas
mais polêmicos na OMC (Organização Mundial do Comércio) estão as quixas dos
países subdesenvolvidos, que pedem redução dos subsídios para a produção
agrícola e o fim da proteção dos mercados internos (os países protecionistas
impõem tarifas elevadas às importações de alimentos e matérias-primas de origem
agropecuária). Essa elevada taxação ,
reforçada por uma redução nas cotas de importação por parte dos três principais
centros da economia mundial (EUA, Japão e União Europeia), agrava ainda mais os
problemas econômicos e sociais dos países que dependem da exportação agrícola e
dificulta as importações de produtos fundamentais ao seu desenvolvimento , como
máquinas , equipamentos industriais e implementos agrícolas. Do ponto de vista
do consumidor que vive nos países desenvolvidos , as políticas agrícolas têm
sido duplamente prejudiciais. Primeiro , porque os recursos (subsídios)
destinados aos agricultores são pagos indiretamente por todos os contribuintes.
Segundo, porque as altas tarifas para as importações elevam também o preço pago
pelos consumidores no mercado interno desses países. Essa situação não pode ser
generalizada , mas ela atinge a maioria da população que vive nos países desenvolvidos.
Por fim, é preciso ressaltar também que os países subdesenvolvidos , de modo
geral, exportam , principalmente , gêneros que não são de primeira necessidade,
ocorrendo o oposto em relação aos países desenvolvidos. Costuma-se afirmar, com
base nisso , que os países subdesenvolvidos exportam a "sobremesa",
enquanto os desenvolvidos , o "prato principal".