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sábado, 16 de junho de 2018

A Pólis Grega

Após o século VIII a.C ., a vida urbana renasceu . A escrita tornou-se
novamente parte da cultura grega , utilizando agora os caracteres mais
aperfeiçoados dos fenícios. Pouco a pouco, as cidades-Estado gregas -
definidas como pólis ou urbes - foram de desenvolvendo.  Essas urbes
não têm certidão de nascimento. Só as reconhecemos quando já estavam
funcionando, por volta do final do século IX e no século VIII a.C.
Além disso , não houve um desenvolvimento simultâneo. Cada urbe era
independente , tinha suas próprias instituições e frequentemente
entrava em atrito com as outras . Sua dimensão era pequena ; a maioria
delas tinha menos de 5 mil cidadãos do sexo masculino. Atenas , que
era uma grande cidade-Estado , contava com cerca de 35 mil cidadãos
homens; o resto de seus 350 mil habitantes era constituído de mulheres
, crianças , estrangeiros residentes e escravos , nenhum dos quais
tinha direitos políticos. A pólis era uma comunidade com governo
próprio que expressava a vontade de cidadãos livres, não os desejos de
deuses ,  monarcas hereditários ou sacerdotes. A pólis grega também
nasceu como uma instituição religiosa na qual os cidadãos buscavam
conservar uma aliança com suas divindades , mas , pouco a pouco, eles
reduziram a importância dos deuses na vida política e basearam o
governo na razão. A emergência de atitudes racionais implicava , é
claro, o fim da religião, especialmente para os camponeses , que
permaneciam fiéis a sues antigos cultos , deuses e santuários. Nem os
dirigentes gregos deixavam de consultar presságios e oráculos antes de
tomarem decisões. Cada gesto da vida pública ou da vida privada
conservava uma dimensão sagrada.  A tradição mítico-religiosa jamais
desapareceu na Grécia, mas coexistiu com um crescente racionalismo.
Quando a civilização ateniense atingiu seu apogeu , em meados do
século V a.C. , a religião já não era um fator dominante na política.
O que tornou a vida política grega diferente da de civilizações
primitivas , e lhe conferiu um significado duradouro, foi a capacidade
dos gregos de compreender que os problemas da comunidade são
provocados pelos seres humanos e exigem soluções humanas. Assim, eles
chegaram a entender que a lei é uma conquista da razão mais do que
algo imposto pelos deuses.

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