Para a boa compreensão deste assunto , é conveniente que você faça uma rápida revisão do transporte ativo e da osmose , estudados na citologia. A formação da urina é fundamentalmente um processo de filtração-reabsorção seletiva , integrado com mecanismos reguladores neurormonais. O capilar de entrada do glomérulo apresenta alta pressão arterial , indispensável à eficiente filtragem do plasma. O líquido filtrado e coletado pela cápsula é praticamente o plasma sanguíneo , sem proteínas . Esse líquido é chamado filtrado glomerular e contém água , sais , glicose , aminoácidos , vitaminas ureia etc. As proteínas , pelo grande peso molecular , não atravessam o endotélio capilar e o epitélio pavimentoso da cápsula. Sua presença na urina , portanto , é indício de lesões nos rins , como ocorre , por exemplo , nas nefrites. Ao longo dos túbulos do néfron ocorre reabsorção das substâncias que saem do capilar glomerular. Algumas delas , como a glicose , os aminoácidos , o sódio e outros íons (eletrólitos), são reabsorvidos por transporte ativo , com gasto energético ; outras , como a água , são arrastadas passivamente por osmose . A intensidade de reabsorção da água viva em função de fatores hormonais . Observe que há uma extensa rede capilar envolvendo os túbulos do néfron, responsável pela reabsorção da água e de solutos que saem desses túbulos para os líquidos intercelulares. Fica claro , portanto, que a formação da urina é um processo de filtração, seguido de uma reabsorção ativa , seletiva , pois nem todas as substâncias filtradas são obrigatoriamente reabsorvidas. Dentro de certos limites de concentração , tudo o que ainda é útil é reabsorvido. Muitas substâncias estranhas ao organismo, medicamentos por exemplo, metabolizados ou não, passam a compor o filtrado glomerular, mas não reabsorvidos e aparecem na urina. Por isso , a urina é um ótimo indicador da possível utilização de drogas , constituindo importante material colhido dos atletas para análise nos exames par detectar doping. Deixaremos para o fim o processo de secreção ativa (ou excreção ativa), feita no plasma para o interior dos túbulos distais. Esse processo elimina o íon H+ , que deixa a urina ácida.
