Os romanos gostavam de ver
representados em imagens. Desde os primeiros tempos da república os chefes
políticos e militares eram glorificados com estátuas em lugares públicos. À
época do Império , o estilo romano de monumentalidade atingiu seu apogeu. Rugas
fielmente reproduzidas e acentuadas com a intenção de colocar em evidência um
tipo de caráter que os romanos valorizavam : austeridade e rudeza. É a imagem
de um homem de autoridade em que as rugas parecem conter uma história pessoal
inconfundível. O que faz lembrar a famosa frase de escritor romano Virgílio :
"sou humano e nada humano é estranho a mim". Os imperadores no
entanto queriam ir além do humano, queriam estar acima do bem e do mal. Num
primeiro olhar à escultura de Otávio Augusto ficamos em dúvida se ela representa
um deus ou um ser humano. Ela pretende ser as duas coisas. Quer falar da aura
de divindade do imperador em um corpo idealizado de um herói. Trajes de textura tão impressionante que
parece real , uma couraça cheia de alegorias e olhos de expressão inspirada.
Esta imagem, que todos os imperadores buscaram por diferentes caminhos , de um
imperador que paira sobre os homens , logo ganhou, em moedas e esculturas , a
condição de símbolo nacional. O senado
deu a Otávio o título de Augusto , divino entre os homens. Os magistrados ainda
eram eleitos e as assembleias ainda se reuniam ; o Senado administrava certas
províncias , controlava-lhes as finanças e era ouvido por Otávio , mas deixara
de ser autoridade central do Estado romano. Tornara-se submisso aos sucessivos
imperadores.