No final de 1950 , quando o primeiro satélite
americano (Explorer I)
confirmou a existência de cinturões da radiação
ao redor da Terra ,
estes já haviam sido previstos anos antes por
James Van Allen
(1914-2006) , físico norte-americano que foi um
dos pioneiro da era
espacial. Nessa época , tal confirmação, além de
instigar a corrida
espacial entre Estados Unidos e ex-União
Soviética , também
possibilitou o desenvolvimento de um novo campo
de pesquisa ,
atualmente conhecido como Física Magnetosférica
, envolvendo
cientistas de diferentes países. Os cinturões de
Van Allen representam
duas regiões situadas no espaço , acima do
equador terrestre ,
formadas por partículas carregadas (prótons em
geral) que são atraídas
e aprisionadas pelo campo magnético da Terra. O
Sol emite grande
quantidade de partículas , sendo a maioria
prótons e elétrons , que
formam o vento solar. Essas partículas encontram
, no campo magnético
terrestre, uma espécie de escudo que as impede
de colidir com a Terra.
As partículas permanecem com movimento
helicoidal , em regiões que
envolvem a Terra , formando os cinturões de Van
Allen , nome dado em
homenagem ao físico que analisou os dados
obtidos pelo satélite
artificial Explorer I. Esses cinturões se
localizam , aproximadamente,
entre 1.000 km e 25 000 km de distância da
superfície da Terra , sendo
a região interna formada , predominantemente ,
por prótons , e a
externa , por elétrons. Estendendo-se de 1000 km
a 5000 km da
superfície da Terra , o primeiro cinturão é o
mais intenso.
Constituído basicamente de prótons , é
originário do decaimento de
nêutrons que são produzidos quando raios
cósmicos se chocam com átomos
e moléculas da atmosfera terrestre. O
segundo cinturão estende-se de
15000 km a 25000 km da superfície da Terra ,
sendo constituído por
partículas eletricamente carregadas. Entre essas
partículas , os
elétrons são os mais energéticos, enquanto os
prótons são menos
energizados, porém com fluxo mais intenso. No
início da era espacial ,
os cientistas chegaram a imaginar que esses cinturões
de intensa
radiação seriam obstáculos às viagens espaciais.
Porém, atualmente ,
sabemos que essas regiões podem ser
ultrapassadas desde que se
providencie a devida proteção.