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domingo, 17 de junho de 2018

Corrida Pela África


Até 1880 as nações europeias governavam apenas um décimo do continente
africano. Em 1914, haviam reivindicado toda a África , exceto a
Libéria , pequeno território de escravos libertos dos Estados Unidos ,
e a Etiópia (Abissínia), que havia rechaçado com êxito os invasores
italianos , em 1896. Já em 1876, Leopoldo II da Bélgica formara a
Associação Internacional para a Exploração e Civilização da África
Central. Enviara, entre outros , Henry Stanley (1841-1904) à bacia do
Congo para estabelecer postos de comércio , assinar tratados com os
chefes locais e reivindicar o território para a Associação. Stanley
era um jornalista aventureiro , que havia lutado em ambos os lados da
Guerra de Secessão dos Estados Unidos e, antes disso, havia chefiado
uma expedição  à África Central , à procura de Livingstore, que andava
desaparecido. Os esforços privados de desenvolvimento de Leopoldo II
prometiam lucros para homens como Stanley e outros europeus , e
exploração brutal para os africanos. Os franceses reagiram a essas
notícias , estabelecendo imediatamente protetorados nas margens no
norte do rio Congo. Era a corrida pela África. Em 1884, o chanceler
alemão Bismarck e o primeiro-ministro francês Jules Ferry convocaram a
Conferência Internacional de Berlim para estabelecer algumas regras
para o desenvolvimento da África subsaariana. Leopoldo II foi
declarado governante pessoal do Estado Livre do Congo e a Bacia do
Congo foi transformado em zona de livre comércio para negociantes de
todos os países. Estabeleceu-se a nome de que um país europeu tinha de
ocupar efetivamente um território para reivindicá-lo. A consequência
foi uma desabalada corrida para o interior africano, em que se
ignoravam fronteiras , tanto naturais quanto culturais. O mapa da
África mostra, ainda hoje , muitas linhas de limites retas , traçadas
com régua , em vez de linhas irregulares e fronteiras naturais,
determinados por rios ou cadeias montanhosas. A Conferência de Berlim
determinou também o fim da escravidão e do comércio de escravos na
África. Em pouco tempo, porém , as práticas da Associação criada por
Leopoldo II tornaram-se tão destrutivas quanto a dos traficantes de
escravos africanos.


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