A formação das jazidas minerais resulta de
processos geológicos que ocorreram ao longo de milhões de anos. Elas constituem
recursos esgotáveis e , se forem mantidos os atuais níveis de exploração
mineral, em pouco tempo poderão faltar matérias-primas essenciais à
transformação industrial. Em várias
regiões do mundo já são encontradas gigantescas áreas nas quais havia
exploração mineral. Essas jazidas esgotadas ficam, muitas vezes , abandonadas ,
deixando um rastro de imensas crateras , nas quais o processo de erosão tende a
intensificar os danos ambientais. Em diversos países , as mineradoras que
encerram suas atividades em determinada área de extração são obrigadas , por
ali, a reflorestá-la. Contudo, esse reflorestamento não garante a recuperação
do habitat natural. No Brasil , as mineradoras simplesmente abandonam as
jazidas que se tornaram economicamente inviáveis , o que agrava os danos
ambientais. O esgotamento de jazidas também aumenta as tensões sociais , pois
deixa um grande número de trabalhadores sem emprego e, portanto, sem condição
de sobrevivência. Durante o processo de exploração , os problemas ambientais
são imensos . Para dar início à exploração é necessária a devastação da
vegetação local, comprometendo a sobrevivência da fauna que faz parte do seu
ecossistema . Outro problema são os rejeitos - aquilo que não tem utilidade
econômica numa jazida - depositados em qualquer local e transportados pelo
vento ou pela água das chuvas para outros lugares , atingindo os rios e
provocando o assoreamento dos seus leitos. No Brasil, boa parte do garimpeiro
de ouro ocorre em rios da Amazônia e do Pantanal. Os garimpeiros utilizam o
mercúrio para agregar as pepitas menores , espalhadas na água. Depois de agregadas
, o material é aquecido , o que permite separar o ouro do mercúrio. O mercúrio
é um metal líquido , altamente tóxico e , dependendo da quantidade ingerida
pelo organismo humano, pode comprometer o sistema nervoso , provocar cegueira ,
debilidade mental e levar a pessoa a morte. Atinge , em primeiro lugar , o
próprio garimpeiro ; em seguida , os peixes e a fauna do rio em que o garimpo é
feito ; e , por fim, as populações ribeirinhas e todos os que consomem o
produto da pesca do rio contaminado. Entre os diversos minerais explorados, o
petróleo é , sem duvida , o grande vilão do ambiente. Além da poluição
causada pelo consumo de seus múltiplos
derivados, são cada vez mais frequentes as tragédias ambientais decorrentes
tanto do processo de extração como de distribuição. O derrame de óleo por
navios petroleiros , que forma as chamadas "marés negras" , e o
rompimento de oleodutos têm causado impactos ambientais de difícil
reparação. Entre o final do século XX e
o início deste século , já ocorreram no Brasil diversos acidentes relacionados
à extração e ao transporte de petróleo ,
como o naufrágio da plataforma P-36 , na bacia de CAMPOS (RJ) - principal
região de produção petrolífera do país; e o rompimento do oleoduto da refinaria
de Araucária (PR) , que provocou o vazamento de cerca de um bilhão de litros de
óleo para os rios Birigui e Iguaçu. Um
desses acidentes - o rompimento de um duto da refinaria de Duque de Caxias (RJ)
, que , em janeiro de 2000 , poluiu a baía de Guanabara - é considerado o maior
desastre ambiental marítimo do país ; grande quantidade de óleo atingiu os
manguezais , provocando a morte de muitos animais e vegetais . Esse acidente
afetou a atividade pesqueira na região e a vida de milhares de pescadores. Os
sucessivos governos brasileiros ainda não adotaram uma ampla política para a
exploração racional dos recursos minerais, a qual priorizasse o desenvolvimento
econômico sustentável , a preservação da natureza e a conservação dessas
jazidas.