A Terceira Revolução Industrial - ou Revolução
Técnico-Científica - começou a tomar forma no final da Segunda Guerra Mundial ,
mas os seus efeitos têm se manifestado em todo o mundo, de forma mais intensa ,
há cerca de duas décadas. Esse processo de desenvolvimento da atividade
industrial vem repercutindo fortemente nos demais setores econômicos, relações
sociais e nas relações sociedade-natureza. Uma das suas características mais
importantes é a integração entre a informática e as telecomunicações - a
telemática -, mas podemos citar também outros de seus aspectos característicos:
-O Avanço nos sistemas de telecomunicações
(satélites artificiais , cabos de fibra óptica);
-O desenvolvimento da informática , tanto nos
equipamentos (hardware) quanto nos programas e sistemas operacionais
(software);
-O desenvolvimento da microeletrônica , da
robótica , da engenharia genética ;
-A utilização da energia nuclear.
A Revolução Técnico-Científica, ao mesmo tempo
em que gera riquezas e amplia as taxas de lucros, responde também pelo
desemprego de milhões de pessoas em todo o mundo, pois vem permitindo produzir
mais mercadorias e gerar mais serviços com menor número de trabalhadores. E
isso é válido para a indústria , a agropecuária , o extrativismo , o comércio e
os serviços. A ciência , no estágio atual, está estreitamente ligada à
atividade industrial e às outras atividades econômicas : agropecuária, comércio
, serviços . O desenvolvimento científico e tecnológico é um componente
fundamental para as empresas , pois é convertido em novos produtos e em redução
de custos , permitindo maior capacidade
de competição num mercado cada vez mais disputado. As grandes empresas
multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa e tem sido crescente o
investimento na aquisição de novos conhecimentos científicos , em relação ao
conjunto da atividade produtiva. O
Estado , por meio de universidades e de instituições de pesquisa , também
estimula o desenvolvimento tecnológico, preparando novos profissionais e capacitando-os
para as funções de pesquisa na área industrial ou agrícola , assim como no
desenvolvimento de tecnologias, transferidas ou adaptadas às novas mercadorias
de consumo ou aos novos equipamentos de produção. Nesse sentido, a pesquisa
científica aplicada ao desenvolvimento de novos produtos tornou-se parte do
planejamento estratégico do Estado , visando ao desenvolvimento econômico. Um
exemplo desse apoio estatal ao desenvolvimento de novas tecnologias é o MITI
(ministério da Indústria e Comércio Exterior), do Japão . Por intermédio do
MITI - que recebe verbas das empresas e do governo japonês - desenvolvem-se
pesquisas que serão aplicadas à criação e ao aperfeiçoamento de produtos pela
indústria. Outro exemplo é o MIT (Massachusetts Institute of Tecnology) ,
situado no nordeste dos Estados Unidos, considerado um dos principais centros
de pesquisa do mundo, mantido pelo governo norte-americano e por grandes empresas privadas. Outro exemplo do
desenvolvimento de novas tecnologias mediante parcerias entre empresas
industriais e universidades é o caso da Universidade de Stanford , em torno da
qual surgiu o Vale do Silício , onde se concentra o maior conjunto de
indústrias de informática de todo o mundo. Nos países capitalistas , sobretudo
nos Estados Unidos , boa parte das conquistas tecnológicas foi adaptada e
estendida à criação de uma infinidade de bens de consumo, mesmo na época da
Guerra Fria , quando o investimento em tecnologia estava voltado para a corrida
armamentista ou espacial. Com a Revolução Técnico-Científica , o tempo entre
qualquer inovação e sua difusão, na forma de mercadorias ou de serviços , é
cada vez mais curto. Alguns
produtos industriais
classificados , em princípio como bens de consumo duráveis (especialmente
aqueles ligados aos setores de ponta , como a microeletrônica e informática),
são cada vez menos duráveis e tornam-se obsoletos devido à rapidez com que são
incorporadas novas tecnologias.