As cobras são da mesma filogenia dos lacertílios , o que fica evidente pela presença de escamas , pela fenda cloacal em posição transversal e pela grande mobilidade da mandíbula , com uma dupla articulação , que lhes permite uma ampla abertura bucal no plano vertical. Nas cobras , as duas metades (direita e esquerda) da mandíbula são livres , independentes e não-soldadas medianamente , como nos demais vertebrados. Isso proporciona locomoção e captura de alimento. Rastejam bem e com velocidade em diferentes terrenos : saltam ; exploram buracos e galerias profundas no solo ; nadam bem e até sobem em árvores. Caçam os mais diferentes animais : invertebrados , anfíbios , mamíferos , especialmente roedores , aves e seus ovos. Toda a anatomia interna das cobras está estruturada em conformidade com a sua forma corporal alongada. Assim, há um único longo pulmão , com um saco aéreo terminal , que armazena ar ; um fígado comprido ; as duas gônadas não se dispõem lado a lado , mas uma após a outra. Elas não têm as cinturas escapular e pélvica e todas as costelas ficam soltas na extremidade ventral , pois não existe o osso externo. Não há , portanto , uma caixa torácica. Nas cobras e lagartos existem duas pequenas câmaras , os órgãos de Jacobson , que se abrem no alto da cavidade bucal. As partículas de substâncias em suspensão no ar são captadas pela língua bífida (bifurcada) e passavéis , há também as fossetas loreais , duas cavidades entre os olhos e as narinas , que são ótimos termorreceptores , importantes na percepção da calor emanado do corpo de presas de sangue quente , como roedores em suas tocas. Os principais fatos relacionados às cobras peçonhentas serão discutidos em breve. Deve ser lembrado que muitas cobras , embora não peçonhentas, representam perigo por serem constritoras , ou seja , enrolando-se em suas presas , matando-as por asfixia e esmagamento , caso das gigantes sucuris , do Pantanal e da Amazônia , que podem passar dos 10 m de comprimento.
