O Brasil está entre os países com pior distribuição de terras da América e essa distribuição é uma das mais desiguais do mundo, apesar de ser um país de dimensões territoriais gigantescas, com elevado potencial de terras disponíveis e não trabalhadas. A situação fundiária é uma questão pendente, apesar dos frequentes conflitos pela posse de terras, da maior organização dos trabalhadores em luta pela Terra e da repercussão internacional negativa dessa realidade social do campo. De acordo com aqueles dados oficiais de 2003, a distribuição de terras apresentava um contraste alarmante, embora tenha havido aumento de assentamentos agrícolas na década passada. A elevada concentração de terras é resultante da ocupação ilegal, grilagem, conflitos violentos e, principalmente, de leis que regulamentam a posse e a propriedade da terra no Brasil. A grilagem, praticada no Brasil desde o século XIX, foi um dos principais responsáveis pela concentração de terras no meio rural. A prática de grilagem resume-se a criação de documentos falsos, em nome de determinadas famílias, para concessão ilegal de terras públicas e particulares, em conluio com órgãos oficiais, como cartórios de registros de imóveis e outros órgãos públicos. Naquela época, segundo o ministério do desenvolvimento agrário, em 2002 existiam 100 milhões de hectares suspeitos de serem terras griladas área equivalente a todos os países da América Central.
