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quinta-feira, 23 de maio de 2019

A Reforma Protestante

"As pessoas corriam para as Igrejas como se fossem teatros , para saciarem a sensualidade de seus ouvidos", observava o monge agostiniano e humanista Erasmo de Roterdã (1466-1536). O cristão devoto da Idade Moderna continuava enxergando a vida como uma batalha contra Satanás. Um entusiasmo religioso que foi o motor da Reforma Protestante. Na obra " O Elogio da Loucura" (1509) , Erasmo condenava a leviandade com que o clero conduzia os assuntos sagrados. Suas críticas dão a medida do desejo de repensar a religiosidade e a autoridade da Igreja.  Partidário da tolerância religiosa e de uma teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos , Erasmo , mesmo tendo se recusado a romper com a Igreja , preparava terreno para os reformadores. Questionava-se o poder e o pagamento de tributos a um governante espiritual distante , em Roma , cuja riqueza parecia mais do que suficiente. Para muitos a Igreja era apenas um órgão espiritual e seu poder não deveria estender ao setor político , pois o papa não teria autoridade sobre os reis. Foi exatamente o nascimento de novos núcleos de poder em torno das cidades e dos monarcas nacionais que criaram as condições para o confronto entre Igreja e Estado .  Burgueses , reis e nobres tinham seus interesses contrariados pelo poder eclesiástico : a burguesia via-se limitada pela condenação da usura ; os monarcas desejavam apropriar-se das rendas da Igreja e que a religião fosse um instrumento de centralização política , mas esbarravam no poder espiritual ; os nobres confrontavam-se com os religiosos a respeito de terras e arrecadação de tributos e pelo exercício de determinados privilégios. Vinculados a esses núcleos surgiam congregações ocais e igrejas nacionais em substituição à Igreja internacional do mundo medieval.

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