Imagine que, em condições adequadas de segurança, 100g de água destilada sejam aquecidos em laboratório por meio da queima de gás de botijão em um bico de Bunsen. Pode-se medir a temperatura inicial da água e, durante o processo, também utilizando um termômetro, acompanhar a elevação da temperatura da água decorrente do calor liberado na queima do gás. Como medir a quantidade de calor transferida para a água? Antes de mais nada, é necessário uma unidade para medir energia. Uma quantidade conveniente é a caloria (simbolizada por CAL) , que equivale à quantidade de calor necessária para elevar em 1°C a temperatura de 1 g de água . No exemplo em questão, podemos afirmar que:
• se para levar em 1°C a temperatura de um 1 g de água fornecemos 1 cal;
• para levar em 1°C a temperatura de 100 g de água fornecemos 100 cal.
Imaginemos que, na experiência, a água foi aquecida da temperatura inicial de 25 °C até a temperatura final de 55°C . A variação foi de 30°C. Então:
• para elevar em 1°C a temperatura de 100 g de água fornecemos 100 cal;
• para elevar em 30° C a temperatura de 100 g de água fornecemos 3.000 cal, ou seja, 3 kcal ( 1 kcal = 1 quilocaloria = 10³ cal)
Note que é relativamente simples descobrir quanto a energia foi transferida à água. Mas será que a energia liberada na queima do gás foi 3.000 cal? A resposta é não. A energia liberada na queima foi maior do que isso. Apenas uma parte da energia liberada foi para a água (3.000 cal) . O o restante foi dissipado para o ambiente, aquecendo. Somente se a energia dissipada fosse nula poderíamos afirmar que toda a energia proveniente da queima do gás teria sido responsável pelo aquecimento da água. Existem aparelhos em que é possível realizar uma mudança de fase ou uma reação química com troca de calor com o ambiente externo (perda ou ganho) praticamente nula. Nesses aparelhos , os calorímetros, pode-se determinar a quantidade de calor liberado ou absorvido durante o transcorrer de uma mudança de estado físico ou de uma reação química.