Anhanguera , Fernão Dias , Raposo Tavares , Domingos Jorge Velho , Borba Gato , Paes de Barros , Cardoso de Almeida , Cunha Gago , Amaral Gurgel Bandeirantes. Quem já circulou pelas rodovias , avenidas , praças e ruas do Estado de São Paulo e de sua capital , com certeza está habituado a esses nomes. Os mais conhecidos são facilmente associados a uma espécie de imagem heroica de desbravadores do sertão brasileiro, de alargadores das fronteiras do território nacional , de responsáveis pela grandeza de nosso país e incansáveis líderes de expedições em busca metais e pedras preciosas. De fato, desde o século XVI, colonos e aventureiros dirigiam-se em expedições rumo ao interior do continente em busca de riquezas minerais. As constantes informações das minas da América espanhola alimentavam os sonhos dos luso-brasileiros de encontrar a montanha do Eldorado e de serras resplandecentes, cobertas de ouro , prata , diamantes , rubis , esmeraldas e outras pedras preciosas. As permanências medievais no imaginário dos conquistadores - é só lembrar das riquezas das viagens de São Brandão e Marco Polo- eram reforçadas por narrativas que os conquistadores ouviam dos indígenas. No entanto, passaram-se quase dois séculos para que as áreas mineradoras fossem descobertas pelos conquistadores , ligados diretamente à história da Vila de São Paulo. Nesse período , a ação dos bandeirantes teve sempre no horizonte a busca dessas riquezas. Mas seu papel na estruturação da Colônia foi muito mais complexo. O caráter heroico com que impregnaram a imagem desses aventureiros e as homenagens que se prestam a eles ainda nos dias de hoje dificultam a compreensão do funcionamento da sociedade colonial. Desde o início a gente de São Paulo - em geral mamelucos (filhos de portugueses com índias) - lançou-se ao apresamento de indígenas em tribos próximas ou em aldeamentos, as Missões Jesuíticas, onde religiosos reorganizavam a vida nativa. Os paulistas estavam de tal maneira ligados à cultura indigena que, durante todo o período colonial, a língua dominante entre eles não era o português , e sim o tupi.