Na África , os conflitos étnicos são resultados da partilha do continente feita no final do século XIX, pelos colonizadores europeus, os quais lhe impuseram "fronteiras artificiais". Grande parte destas fronteiras foi mantida após o processo de independência dos países africanos. São chamadas as "artificiais" pelo fato de diversas nações ou tribos muitas vezes rivais, terem sido "aglutinadas" no mesmo escritório colonial, enquanto grupos de uma mesma etnia ou de convivência pacífica foram separados. Assim, após a Segunda Guerra Mundial em inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder surgiram no interior dos novos estados africanos que alcançaram sua independência. No caso africano é importante ressaltar, como fatores fundamentais para a multiplicação dos conflitos, o baixíssimo nível sócio-econômico de muitos países e a inexistência de governos democráticos na maioria deles. Além disso, na época da guerra fria a interferência dos Estados Unidos e da URSS introduziu mais um ingrediente para a eclosão de conflitos. Visando aumentar sua influência política econômica e ideológica no continente africano, estas potências forneceram armas, deram apoio financeiro e técnico a grupos étnicos rivais dentro de um mesmo país, estimularam o conflitos entre países e sustentaram durante décadas ditadores inescrupulosos.
