Como a maioria dos animais adaptados à vida aquática , os peixes têm respiração branquial. As brânquias têm muitas lâminas largas , finas e bastante vascularizadas que garantem a difusão do oxigênio dissolvido na água para o sangue . No entanto , enquanto a taxa de oxigênio contida em I L de ar é de 210 mL , em I L de água ela é apenas 10,3 mL. Além disso, o aumento da temperatura diminui a solubilidade do oxigênio na água , o que explica por que peixes de regiões frias não sobrevivem em águas mais quentes. As águas paradas também têm baixas taxas de oxigênio dissolvido . Assim, entendemos que a respiração branquial pode ser insuficiente para peixes de regiões quentes , de águas lodosas e paradas , com muitos microrganismos que consomem oxigênio, e turvas , com poucas algas. Nessas águas pobres em oxigênio , muitos peixes efetuam uma respiração acessória . Um dos recursos de alguns deles é a abertura da boca para fora da água, o peixe-elétrico (poraquê) da Amazônia engole bolhas de ar que difundem o oxigênio para o interior dos vasos da faringe. Ele morre asfixiado se for impedido de respirar o ar atmosférico. Nele, a respiração aérea é obrigatória. O mestre-da-lama , peixe de estuários lamacentos , fica muitas horas do dia respirando com a boca aberta para o ar. Os cascudos e alguns bagres respiram pelo tubo digestório (estômago e intestino) , de paredes bem vascularizadas. O grande pirarucu , o bacalhau brasileiro da Amazônia , o maior dos peixes fluviais (3 m de comprimento e mais de 100 kg) , sobe constantemente à superfície da água e com um ronco característico engole avidamente o ar, que fornece o oxigênio , captado na bexiga natatória. Nos peixes pulmonados (pirambóia) , do grupo dos dipnóicos , a dependência do ar é muito maior. Os pulmões são grandes bolsas originadas do tubo digestório embrionário e são mais eficientes para a captação de oxigênio do que as reduzidas brânquias. Essa respiração aérea é , portanto, obrigatória.
