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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Visão de Kant


Tentando superar esse impasse , Immanuel Kant buscou mostrar , em seu livro "Crítica da Faculdade do Juízo", que , embora o juízo estético sobre as coisas seja uma capacidade subjetiva , pessoal, há aspectos  universais na percepção estética dos indivíduos. Ou seja, nossa estrutura sensível (os órgãos dos sentidos) e nossa imaginação são as condições que tornam possível a percepção estética , mas essas condições são comuns  a todos os seres humanos e , nesse sentido , pode haver certa universalidade nas avaliações estéticas. Kant entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim pela faculdade da imaginação. Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer , o que não e nada lógico ou racional, e sim algo subjetivo , já que se relaciona ao prazer ou desprazer individual. Para o filósofo , "todos os juízes de gosto são juízos singulares". No entanto, Kant também diz que "Belo é o que apraz universalmente sem conceito ". Isso significa que é impossível conceituar , definir racionalmente o belo , pois "quando se julgam objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação da beleza é perdida" . Mas , quando dizemos que algo é belo, pretendemos que esse juízo esteja afirmando algo que realmente pertence ao objeto , ou seja , não dizemos "isto é belo para mim" , mas sim "isto é belo", esperando que os demais concordem com esse julgamento. Portanto, esse julgamento pretende ser voz universal , pois contém uma expectativa de que aquilo que julgamos belo seja, de fato, belo. Essa expectativa torna-se possível , para Kant , devido ao fundamento do juízo de gosto , que seria a vinculação universal entre o belo e o sentimento de prazer.  E , como determinados objetos despertam em grande quantidade  de pessoas o mesmo sentimento de prazer , é possível supor a existência de certa universalidade nos juízos estéticos.


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