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terça-feira, 23 de abril de 2019

Ética do Livre-Arbítrio


Santo Agostinho (século III) transformou a ideia de purificação da alma , da filosofia de Platão , na ideia da necessidade de elevação ascética para compreender os desígnios de Deus. Também a ideia da imortalidade da alma, presente em Platão , foi retrabalhada por Agostinho na perspectiva cristã. Mas a ética agostiniana destaca-se por outro conceito. Ao tentar explicar como pode existir o mal se tudo vem de Deus - e Deus é bondade infinita - , Santo Agostinho introduziu a ideia de liberdade como livre-arbítrio, isto é . A noção de que cada indivíduo pode escolher livremente entre aproximar-se de Deus ou afastar-se Dele. O afastamento de Deus é que seria o mal , de acordo com o filósofo.  Com a noção de livre-arbítrio , de escolha individual , Agostinho acentuou o papel da subjetividade humana nas coisas do mundo. O livre-arbítrio é o meio pelo qual o ser humano realiza sua liberdade , mas , de acordo com a concepção cristã , cada indivíduo pode usá-lo bem ou mal - e é no mau uso que estaria a origem de todo o mal. De outro lado , o conceito de livre-arbítrio esvaziou a noção grega de liberdade como possibilidade de realização plena dos indivíduos em seu meio social. Em outras palavras , diminuiu a importância da dimensão social da liberdade , e esta passou a ter um caráter mais pessoal, subjetivo , individualista.

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