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domingo, 28 de abril de 2019

Explorando o Senso Comum


Em nossa conversa diária com as pessoas é comum surgir uma série e explicações ou opiniões sobre os mais variados assuntos. Várias dessas ideias frequentemente conseguem um consenso, isto é , obtêm  a concordância da maioria do grupo. Muitas vezes acabam sendo transmitidas de boca em boca , ou de geração em geração. Outras vezes , divulgadas em jornais , revistas , rádio , televisão e internet , podem se tornar concepções amplamente aceitas por diversos segmentos da sociedade , sendo por isso consideradas "naturais" , " necessárias" , "verdades absolutas". Esse vasto conjunto de concepções geralmente aceitas como verdadeiras em determinado meio social recebe o nome de senso comum. O filósofo belga Chaim Perelmen (1912-1984) definiu o sendo comum como uma série de crenças admitidas por determinado grupo social que acredita serem compartilhadas por toda a humanidade. O senso comum reflete o entendimento médio, comum das pessoas. São usualmente generalizações , cuja origem ou fundamentação inicial perdeu-se de vista. Muitas das concepções do senso comum de um grupo social ou de um povo podem ser encontradas em frases feitas ou em ditados populares , como "Deus ajuda quem cedo madruga" , "Querer é poder" , "Filho de peixe peixinho é". Ou do tipo "Agosto é o mês do cachorro louco" e "Vitamina C é boa contra resfriado". Repetidas irrefletidamente no cotidiano, algumas dessas noções escondem ideias falsas , parciais ou preconceituosas. Outras , no entanto, podem revelar profunda reflexão sobre a vida - o que chamamos "sabedoria popular" - ou mesmo expressar conhecimentos científicos popularizados.  Verifica-se frequentemente que , nas noções do senso comum, os modos de consciência encontram-se emaranhados , formando uma aglutinação acrítica (sem exame crítico) de juízos provenientes tanto na intuição como do campo racional ou religioso.  Juízo: Proposição que afirma ou nega algum predicado de um sujeito constituindo uma  opinião ou julgamento sobre algo. Assim , o que caracteriza basicamente as convicções pertencentes ao senso comum não é sua verdade ou falsidade : é a falta de fundamentação, no sentido de que as pessoas não costumam saber o porquê dessas noções. Simplesmente as repetem irrefletidas e automaticamente , pois é assim que pensa o grupo social ao qual pertencem. Trata-se , portanto, de um conhecimento adquirido sem um exame crítico , isto é , sem que se busquem os fundamentos e a validez do que se diz.


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