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domingo, 21 de abril de 2019

O Realismo E O Naturalismo


Na teoria de "O Romance Experimental" de Émile Zola , o escritor sintetiza os fundamentos do Naturalismo, ao propor a substituição do "estudo do homem abstrato e metafísico pelo do homem natural , sujeito a leis físico-químicas e determinado pela influência do meio". (Afrânio Coutinho. Introdução à literatura brasileira.)  A partir dessa colocação, podemos considerar o Naturalismo como um estilo que consiste fundamentalmente no exagero, na exacerbação da tendência racionalista do Realismo, em sua proposta básica de compromisso com a "verdade" objetiva das mazelas que denuncia.  Como o escritor realista , o escritor naturalista pretende dissecar o real. No entanto, sua postura ao fazê-lo é a de um pesquisador que não se limita a observar reflexivamente a realidade; ele quer explicá-la de acordo com os padrões que não se limita a observar reflexivamente a realidade ; ele quer explicá-la de acordo com os padrões da ciência positivista e determinista da época. Embora possuam tais diferenças bem marcadas , o Realismo e o Naturalismo se identificam em sua postura antimonárquica , anticlerical , antiburguesa e sobretudo anti-romântica . As duas escolas estão racionalmente engajadas em "fazer a anatomia do caráter" da sociedade burguesa , comprometendo-se revolucionariamente com a sua superação. O autor dessa expressão, Eça de Queirós , constitui um exemplo de escritor que cultivou o Realismo e o Naturalismo. Na pintura , o Realismo diversifica-se em tantos estilos quantos são os artistas que perfilham o movimento. Nem mesmo a preocupação política e social é denominador comum a todos eles. Enquanto Gustave Coubert e Honoré Daumier , este ainda mais que aquele , utilizam sua parte para um franco engajamento na questão social, outros , como o grupo de Barbizon, chefiado por Jean-François Millet, produzem uma pintura otimista , cheia de encanto pela vida dos camponeses.


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