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sábado, 27 de abril de 2019

Ética Discursiva


Outra busca de respostas e fundamentação para uma ética contemporânea desenvolveu-se no campo da análise da linguagem. O filósofo alemão Jurgen Habermas (1929-) é um dos maiores representantes dessa corrente , com sua ética discursiva , ou seja, fundada no diálogo e no consenso entre os sujeitos. O que se buscaria nesse diálogo é a razão que , tendo sido reconhecida pelos participantes do diálogo , sirva como fundamentação última para a ação moral. O conceito razão em Habermas não é o mesmo do Iluminismo. Trata-se de uma razão comunicativa , que não existe pronta nem acabada , mas que se constrói a partir de uma argumentação que leva a um entendimento entre os indivíduos.  É uma razão interpessoal e não subjetiva; é um razão processual e não definitiva e acabada. Para que essa argumentação leve a um entendimento real entre os indivíduos é necessário que o diálogo seja um diálogo livre, sem constrangimento de qualquer ordem , e que o convencimento se dê a partir de argumentos válidos e coerentes. A ética discursiva de Habermas é , portanto , uma aposta na linguagem e na capacidade de entendimento entre as pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária , baseada em valores validados consensualmente aceitos. A grande questão que permanece em relação a essa proposta ética é quanto às condições de realização de um diálogo livre e igualitário na sociedade de hoje , marcada pela desigualdade e pelo constrangimento.

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