Como explicar a subida de água até a copa das grandes árvores com dezenas de metros de altura? O Transporte de água dos pelos absorventes até o cilindro central das raízes , onde estão os vasos lenhosos , se faz por um gradiente osmótico (aumento de pressão osmótica) existente nas células do parênquima da casca. Esse transporte também pode ser livre , por difusão direta da água , através dos meatos do parênquima. Na endoderme (camada limitante do cilindro central) há células de passagem , sem reforços , que permitem a chegada da água nos vasos lenhosos. Até aqui fala-se em condução horizontal , pois a direção dela não se opõe à gravidade . Já no interior do lenho , a condução vertical da seiva bruta depende de vários fatores. Nenhum deles isoladamente parece explicar o fenômeno de maneira totalmente satisfatória ; é mais provável que a combinação desses fatores forneça uma melhor compreensão do que realmente ocorre.
A) Capilaridade:
É conhecido há bastante tempo o fato de que as moléculas de água têm a propriedade de coesão, atraindo-se mutuamente . Além disso , ocorre atração, ou adesão, entre as moléculas de água e as paredes das traqueias . Em tubos de vidro de menos de 1 mm de diâmetro , uma coluna de água se mantém sem que se exerça nenhuma pressão externa sobre o líquido . Este fenômeno é chamado de capilaridade e depende da coesão entre as moléculas do líquido e de sua adesão às paredes do tubo. Sabemos hoje que apesar de ocorrer capilaridade nos vasos lenhosos , ela sozinha não explica a subida de água a dezenas de metros , nas árvores mais altas.
B) Pressão Positiva da Raiz
Uma das hipóteses para explicar a ascensão da seiva bruta nas plantas propôs que as raízes teriam , de algum modo, a capacidade de empurrar a água para cima. De fato, em algumas plantas , essa "pressão positiva" da raiz pode ser demonstrada. Assim, quando um caule de tomateiro bem irrigado é cortado , observa-se exsudação (saída de água) a região seccionada. Adaptando-se na extremidade seccionada um tubo de vidro em U, com mercúrio , verifica-se que a água exsudada impulsiona a coluna de mercúrio por dezenas de centímetros. Em muitas plantas , a pressão exercida pelas raízes chega a duas ou três atmosferas. Parece que o mecanismo responsável por isso é o seguinte : as células radiculares secretam ativamente íons para dentro do xilema , que assim tem sua pressão osmótica aumentada. A água absorvida pelo xilema cria uma "pressão positiva". Uma vez que pressão da raiz depende do acúmulo de íons e de fenômenos osmóticos de seus tecidos vivos , ela desaparece sob condições anaeróbias e pela ação de toxinas. A "pressão positiva" da raiz , no entanto , ainda não explica completamente a subida de água em todas as plantas. Inclusive , a existência dessa pressão não foi demonstrada em todos os vegetais. Em alguns deles , ela parece estar totalmente ausente (nas coníferas ).
