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sábado, 9 de junho de 2018

Questão Ambiental E Interesses Econômicos


  Todo esse debate em torno da questão ambiental tem reforçado a necessidade de os países estabelecerem acordos e metas que possibilitem o uso sustentável de recursos e reduzam os níveis de poluição . No entanto, o cumprimento de metas estabelecidas na RIO-92 e em conferências recentes tem encontrado , como principal obstáculo, o argumento do prejuízo econômico , pelo qual os governos alegam que não podem priorizar a questão ecológica. Para governos de vários países , sobretudo o norte-americano , uma mudanças de rumo no modelo de crescimento econômico , que passasse a priorizar a problemática ambiental , exigiria alterações nos atuais padrões de extração de recursos naturais , de produção de mercadorias e de grandes investimentos. Estima-se , por exemplo, que a substituição da matriz energética - de combustíveis fósseis para a energia solar e outras fontes renováveis e não-poluidoras- exigiria investimentos anuais da ordem de 1,3% do PIB (aproximadamente 130 bilhões de dólares). Segundo o cientista britânico Normam Mayers, da Universidade de Oxford (um dos precursores dos trabalhos sobre BioDiversidade no final dos anos 1970) , no Reino Unido e nos Estados Unidos são  volumosos os subsídios concedidos à indústria automobilística : para cada dólar direcionado ao transporte público , cerca de 10 a 15 dólares são direcionado à indústria automobilística . A postura desses governos exemplifica o desinteresse pela substituição da matriz energética atual. A ajuda fornecida pelos países desenvolvidos aos subdesenvolvidos - um dos compromissos da Agenda 21- , que , entre 1992 e 2002 , deveria ter passado de 0,36% para 0,7% do PIB de cada país , caiu , em média ,  para cerca de 0,22% do PIB. Além de os países subdesenvolvidos receberem menos ajuda financeira , no período de 1990 a 1999 constatou-se um aumento significativo do valor de sua dívida externa. No seu conjunto , as dívidas externas registraram , em média , uma elevação de 76% .  Quanto às conferências sobre o ambiente e aos acordos nelas estabelecidos , pode-se afirmar que a aplicação de suas recomendações é , de modo geral, restrita. Ainda há muito o que fazer para o avanço e a consolidação das propostas que visam a utilização mais sustentada dos recursos naturais e a redução nos níveis de poluição. A recusa de alguns países - que são grandes poluidores - em aderir a acordos que traçam metas para a redução de poluentes ou para implementação de outros mecanismos de proteção ambiental poderá inviabilizar as ações ecológicas de abrangência global.

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