Focalizemos agora , especificamente , o diálogo filosófico . Como é ele? Em que difere de outras conversações Antes de respondermos a essas perguntas , vejamos um lado problemático de nossas falas , nossos discursos. Você já deve ter percebido que uma das preocupações mais constantes dos filosóficos e que devemos levar em conta sempre que filosofamos - é saber se detemos o conhecimento que acreditamos ter. Em outros termos , será esse conhecimento verdadeiro ou apenas um engano ou ilusão? Não é um fato admirável algo sobre o qual pensar , meditar , filosofar - quantidade de coisas que acreditamos conhecer sem nunca temos pensado seriamente sobre elas ? Vejamos alguns exemplos. Se observamos nossas conversas diárias , notaremos que usamos muitas palavras acreditando não apenas conhecer plenamente o que elas querem dizer , como também que , ao empregá-las , estamos todos falando da mesma "coisa". Mas será que eu e você . Quando temos um diálogo , estamos pensando exatamente na mesma "coisa" quando dizemos "amor", "democracia" , "felicidade" , "justiça", entre outras palavras? Será que conhecemos o que significam essencialmente essas palavras ? Mais ainda : será que existe um significado essencial de uma palavra? Se analisarmos um pouco mais atentamente tais conversações , nos daremos conta também de que , na maioria das vezes , nos expressamos como se conhecêssemos o que é bom e o que é mau , certo e errado, belo e feio , agradável e desagradável , útil e inútil etc. Não é isso o que ocorre quando avaliamos um prato , um alimento , um filme , uma música , uma ligação , um professor , uma escola , um político - entre tantos outros exemplos- , mesmo não sendo especialistas nessas áreas ? Em tais situações , tão comuns , está implícito em nossa fala , nossa escrita , nosso discurso que acreditamos saber o que é bom ou melhor para nós, para os outros e para a sociedade.