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sexta-feira, 1 de junho de 2018

O Coronelismo


A marginalização da maior parte da sociedade brasileira foi garantida
pelas condições restritivas que regulamentavam o direito à
participação nas eleições. O pequeno percentual da população que tinha
direito ao voto, elemento básico da representação democrática , ainda
sofria as coações de um fenômeno brasileiro denominado coronelismo.
Típico das áreas rurais , decorrente da concentração de grandes
extensões de terras nas mãos de poucos fazendeiros que exerciam a
chefia política local desde o regime monárquico. O coronelismo
garantia o controle sobre o voto da população de determinadas
localidades . Os coronéis  detinham verdadeiros "currais eleitorais".
Era o voto do cabresto, assim chamado porque , não raro, o coronel
recorria à violência para obrigar o eleitor a votar em seu candidato.
O coronel, uma alusão à patente dos membros da Guarda Nacional do
Império, exercia seu poder sobre a máquina administrativa dos
municípios e geralmente oferecia benefícios à população mais pobre.
Com empregos públicos e privados , distribuição de alimentos ,
benfeitorias públicas , encaminhamentos médicos, doações e outras
concessões ele angariava a simpatia e o prestígio de seus afilhados.
Quando isso era possível ou desejável , o uso da força e de
intimidações conferia a obediência devida a esses poderosos. Como na
época da Monarquia , a ideologia do favor e o clientelismo continuavam
presentes. O poder público era apropriado de forma privada pelos
grupos dominantes do Brasil. A cidadania republicana , em vez de
expressão da pluralidade e da diversidade político-sociais, era a
representação da privatização de funções do Estado e de obtenção de
privilégios para as oligarquias. A elite não confiava no seu povo, que
por sua vez não se reconhecia no Estado.

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