Segundo dados divulgados pelo Ministério de
Minas e Energia (MME) , a energia nuclear no Brasil representa 2,1% do total
das fontes energéticas utilizadas. Aqueles que defendem a ampliação da
utilização da energia nuclear pelo Brasil como fonte geradora de energia
elétrica alegam que o país figura como a sexta maior reserva de urânio do
mundo. Além disso, citam o recente domínio tecnológico brasileiro o ciclo
completo do combustível enriquecido , fato que permite estimar , num prazo de
dez anos , a possível independência energética do Brasil , em relação ao
mercado externo nessa área. A Empresa de Pesquisa Energética do MME elaborou o
Plano Decenal da Expansão Energia Elétrica (2006-2015) , que prevê novos
investimentos nessa área e a possibilidade de conclusão e funcionamento da
Usina de Angra 3 até o ano 2013. Atualmente estão em funcionamento as usinas de
Angra 1 e Angra 2. Angra 1 foi a primeira usina nuclear brasileira a entrar em
operação, em meados da década de 1980. Gera energia elétrica para abastecer uma
cidade com aproximadamente um milhão de habitantes fazendo uso de um reator do
tipo PWR - que utiliza água pressurizada. A aquisição dessa usina ocorreu por
meio de contrato que não previa a transferência de tecnologia por parte dos
fornecedores. Apesar disso, verificou-se que a Eletronuclear , durante esses
anos de operação, adquiriu experiência suficiente para atingir bons índices de
eficiência e de formação de
profissionais capacitados para , por meio de um processo de constante
melhoria tecnológica , incorporar novos conhecimentos e técnicas da indústria
nuclear. O acordo nuclear firmado por Brasil e Alemanha previa a construção e a
operação de Angra 2 conjuntamente à transferência de tecnologia para o Brasil.
Atualmente , podemos dizer que o Brasil dispõe de profissionais capacitados
nessa área , devido em grande parte a esse acordo. Daí originou-se o desenvolvimento tecnológico
nuclear apresentado pelo Brasil, chegando praticamente ao domínio das etapas de
fabricação do combustível nuclear. Operando com um reator do tipo PWR, Angra 2
é capaz de produzir energia para abastecer uma população de aproximadamente 2
milhões de habitantes. Atualmente , Angra 1 e Angra 2, juntas , suprem cerca de
45% do consumo do estado do Rio de Janeiro. Com isso, segundo os defensores do
uso desse tipo de nergia , preservam-se mananciais de água localizadas na
Região Sudeste do país. Embora o acordo Brasil-Alemanha seja da década de 1970,
Angra 1 só entrou em funcionamento em 1985 , Angra 2 em 2000 , e Angra 3 teve o
início de sua construção em 1984, sendo interrompida após dois anos. Nessa
época , o Brasil comprou praticamente todo o equipamento importado que,
até hoje , está em poder da
Eletronuclear. Esse equipamento permanece à espera de novos investimentos para
a retomada do projeto, que , apesar de decorridas praticamente três décadas ,
quase não saiu do papel. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia
Elétrica (PDEE/2006-2015) , nos próximos dez anos o Brasil precisa aumentar sua
capacidade de geração de energia em aproximadamente 40% para atender à
estimativa de demanda. O plano propõe a construção de quatro usinas : três
hidrelétricas e uma nuclear. Caso esse Plano seja aprovado , a conclusão de
Angra 3 estará mais próxima.