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sábado, 18 de maio de 2019

Razão e Experiência - As Bases da Ciência Moderna


Conforme vimos , foi com os filósofos gregos jônicos que as crenças mitológicas começaram a ceder lugar ao saber racional. E a ideia de caos começou a ser dissolvida , nascendo , para substituía , o conceito de cosmo . Dentro desse novo e revolucionário conceito , o universo passou a ser encarado como algo ordenado , harmônico , previsível , capaz de ser compreendido racionalmente pelo ser humano . O conceito grego de cosmo desenvolveu-se com os pré-socráticos , encontrando novas formas formulações com os filósofos do período clássico , entre eles Platão e Aristóteles . Este legaram ao Ocidente medieval a ideia de um cosmo ordenado , no qual a Terra tinha lugar privilegiado. Era um cosmo finito , fechado , dividido em dois planos básicos : o céu e a Terra . Podemos imaginar a revolução espiritual que representaram , portanto , as novas concepções da ciência nascente.  As conquistas e realizações renascentistas deixaram a maioria das pessoas desorientadas e desconfiadas. O mundo racionalmente ordenado da Antiguidade foi questionado e , aos poucos , dissolvido. O que representariam a cidade , O Império ou a Igreja diante de um universo infinito? A respeito desse processo , vejamos o que no diz o historiador da ciência Alexandre Koyré:

"O homem perdeu seu lugar no mundo, ou , mais exatamente , perdeu o próprio mundo que formava o quadro de sua existência e o objeto de seu saber , e precisou transformar e substituir não somente suas concepções fundamentais , mas as próprias estruturas de seu pensamento . (Do mundo fechado ao universo infinito, p. 14). Podemos dizer que esse quadro conceitual deu origem a algumas questões ou inovações que caracterizam a filosofia moderna.  Uma das concepções fundamentais até então - a noção aristotélica de espaço hierarquizado, isto é , em que os lugares são equivalentes , sem um ponto fixo referencial , sem uma hierarquia.  O Sol não se converteria no ponto fixo, pois o heliocentrismo de Copérnico representava apenas o primeiro passo de um processo de descentralização exterior do mundo. Como ficará mais claro adiante , o ser humano só encontraria um novo centro em si mesmo, isto é , na razão, entendida como capacidade humana de avaliar a realidade e distinguir o verdadeiro do falso.

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