Na manhã de 26 de abril de 1986, como resultado de uma série de falhas de engenharia e controle, ocorreu um superaquecimento do reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl próxima à cidade de Kiev na Ucrânia (ex-URSS). O superaquecimento provocou uma explosão que deslocou a tampa do reator, de duas mil toneladas, lançando na atmosfera uma nuvem contendo isótopos radioativos. Tal nuvem subiu até cerca de 5 km de altitude e alastrou por vários países da Europa, sendo detectada a muitos quilômetros de distância. Esse foi o mais grave acidente nuclear da história. Muitos dos operários e bombeiros que tentaram apagar o incêndio nas instalações morreram um pouco depois, por terem sido expostos à radiação. O fogo só foi controlado quando helicópteros jogaram 5 mil toneladas de areia no topo do reator. Controlado o perigo mais mediato, veículos robôs foram usados na tentativa de limpar a usina e eliminar os resíduos radioativos. Esses robôs apresentaram falhas de funcionamento, provavelmente devido aos altos níveis de radiação no local. Finalmente, homens foram enviados para fazer para limpeza (muitos deles também morreram). Mais de 115 mil pessoas foram evacuados das regiões vizinhas. Ucrânia e bielorússia (atual Belarus) enfrentam problemas a longo prazo. Muitos dos seus habitantes não podem beber a água do local ou ingerir vegetais , carne e leite ali produzidos. Cerca de 20% do solo agricultável e 15% das florestas de Belarus não podem ser ocupados por mais de um século devido aos altos índices de radioatividade. Especialistas estimam que 8000 ucranianos já morreram como consequência da tragédia . Há previsões de que até 17.000 pessoas poderão morrer de câncer nos próximos e 70 anos devido à radiação espalhada no acidente.