Saiba Mais

Translate

domingo, 5 de maio de 2019

Boas Obras Ou Graça Divina?



Segundo o filósofo Agostinho, o ser humano que trilha a via do pecado só consegue retornar aos caminhos de Deus e da salvação mediante a combinação de seu esforço pessoal de vontade e a concessão , imprescindível , da graça divina. Sem graça de Deus, o ser humano nada pode conseguir. Essa graça , no entanto, seria concedida apenas aos predestinados à salvação. A questão da graças , tal como colocada pelo filósofo , marcou profundamente o pensamento medieval cristão . E a doutrina da predestinação à salvação foi, posteriormente, adotada por alguns ramos da teologia protestante (Reforma Protestante) . Na mesma época de Agostinho, outro teólogo , Pelágio, afirmava que a boa vontade e as boas obras humanas sejam suficientes para a salvação individual. Seus ensinamentos constituíram a doutrina do pelagianismo, contra a qual se colocou Agostinho. No concílio de Cartago do ano de 417, o papa Zózimo condenou agostiniana de necessidade da graça divina, doada livremente por Deus aos seus eleitos. A condenação do pelagianismo explica-se pelo fato de que conservava a noção grega de autonomia da vida moral humana , isto é, a noção de que o indivíduo pode salvar-se por si só, sendo bom e fazendo boas obras , sem a necessidade da ajuda divina. Essa noção chocava-se com a ideia de submissão total do ser humano ao Deus cristão, defendida pela Igreja. "O fato de assim a Igreja ter se pronunciado por tal doutrina assinalou p fim da ética pagã e de toda a filosofia helênica. " (POHLENZ , citado em Real e e Antiseri, Historia da Filosofia , v. 1, p. 433). Uma consequência disso é forma como se passa a enfatizar a interioridade . Enquanto na filosofia grega o indivíduo se identifica com o cidadão ( isto é , o ser humano social , político), a filosofia cristã agostiniana enfatiza no indivíduo sua vinculação pessoal com Deus, a responsabilidade de cada indivíduo pelos próprios atos e exalta a salvação individual.

Anuncios