O método escolástico de investigação , segundo o historiador francês contemporâneo Jacques Le Goff, privilegiava o estudo da linguagem (as três matérias que compunham o trivium) para depois passar ao exame das coisas ( as quatro matérias do quadrivium) . Desse método surgiu a seguinte pergunta: qual a relação entre as palavras e as coisas?
Rosa, por exemplo, é o nome de uma flor. Quando a flor morre, a palavra rosa continua existindo . Nesse casa , a palavra fala de uma coisa inexistente , de uma ideia geral. Mas como isso acontece? O grande inspirador da questão foi o filósofo neoplatônico Porfírio 234-305, aproximadamente), em sua Isagoge:
"Não tentarei enunciar se os gêneros e as especies existem por si mesmos ou na pura inteligencia , nem, no caso de subsistirem, se são corpóreos ou incorpóreos , nem se existem separados dos objetos sensíveis ou nestes objetos, formando parte dos mesmos. " (Citado em Historia do Pensamento , v. 1, p.161).
Esse problema filosófico gerou muitas disputas . Era a grande discussão sobre a existência ou não das idéias gerais , isto é, os chamados universais de Aristóteles. Tal discussão içou conhecida como a questão dos universais , ou seja, da relação entre as coisas e seus conceitos. Envolvia não apenas problemas linguísticos e gnosiológicos (relativos à questão do conhecimento) , mas também teológicos . Na questão dos universais surgiram duas posições antagônicas : o realismo e o nominalismo.