As relações entre ambiente e ser vivo justificam a desigual distribuição dos seres vivos pelo globo terrestre . Justificam , ainda, o desaparecimento de grande número de especies e a proliferação de outras. Os fatores geográficos , que caracterizam uma região qualquer , pode. , portanto, ser considerados fatores de seleção natural. Esses fatores geográficos são delimitantes quanto ao tipo de seres que podem viver na região. Condições de temperatura , pressão , umidade , tipo de solo , ventilação são características ambientais importantes no processo de seleção natural. Desta forma , cada parte da Terra possui a sua fauna e a sua flora características , pois os animais e as plantas estão adaptados a determinadas condições do meio . Assim é que flora e fauna do deserto ou da caatinga diferem da flora e fauna das regiões geladas ou das florestas tropicais. Na Austrália , por exemplo, encontramos os Monotremata : ornitorrinco e equidna , mamíferos que botam ovos; tatus e tamanduás são encontrados na América do Sul ; leões e girafas vivem na África. Em regiões de solo árido e clima quente , encontramos plantas, como cactos , que trazem em si um excelente exemplo da adaptação às condições geográficas em que vivem : suas folhas são atrofiadas , transformadas em espinhos, evitando a transpiração excessiva , uma vez que vivem onde falta água e o calor é grande. Mantêm a função fotossintetizante , com seus caules largos , que transpiram pouco e assumem aspecto de folhas , permanecendo verdes . É a planta que sobrevive no deserto e é ela que desponta verde entre a vegetação seca da caatinga do nosso Nordeste , nas épocas da seca. Em regiões lodosas , periodicamente invadidas pelas águas , como os manguezais do litoral e os lamaçais do Norte do Brasil , desenvolvem-se plantas que possuem raízes respiratórias especiais : são conhecidas como pneumatóforos e emergem do solo , ultrapassando o limite livre da água , retirando oxigênio , escasso nesse tipo de solo. Quando baixa o nivel das águas , podem-se ver esses pneumatóforos expostos, exibindo seus orifícios da aeração : os pneumatódios . Tanto no manguezal , como no lamaçal , é comum encontrarmos plantas com raízes adventícias de suporte , auxiliando a fixação da planta do solo. Estes exemplos demonstram que, em regiões de características semelhantes embora distantes , a vegetação pode apresentar semelhanças em certos aspectos. Ar, água , solo constituem o ambiente material com o qual contatam permanentemente os seres vivos. Dessa forma , os seres que vivem dentro d'água apresentam características semelhantes entre si , mas diferentes em relação a muitos outros quando comparados com organismos que vivem em contato direto com o ar. Brânquias, por exemplo, são estruturas respiratórias encontradas em animais aquáticos , como peixes. Os animais terrestres possuem outros tipos de respiração , sendo pulmonar bastante comum e só compatível com o ambiente aéreo. Animais sésseis , como as esponjas , só podem viver em ambientes aquáticos , pois a agua leva até eles o alimento. A Sagitaria, planta que vive parcialmente mergulhada na água. Este caso de heterofilia , ou seja, a ocorrência de diferentes tipos de folha numa mesma planta , é um bom exemplo de adaptação ao sistema físico com o qual o ser está em contato. Se examinemos o sangue de um homem que vive no litoral e o de im que vive a 4000 ou 5000 metros de altitude , iremos notar que este ultimo tem uma quantidade muito maior de hemácias no sangue. Trata-se de processo de adaptação individual ao meio físico: a grandes altitudes a pressão atmosférica é menor , sendo, portanto , menor a quantidade de oxigênio que chega aos pulmões. O organismo compensa essa redução de oxigênio , aumentando a quantidade de hemácia fere censo recém maior superfície de contato , a fim de receber a taxa necessária daquele gás.
