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segunda-feira, 4 de março de 2019

Pólis E Filosofia | A Passagem do Mito Ao Logos


   Na história do pensamento ocidental , a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VII e VI a.C., promovendo a passagem do saber mítico (alegórico) ao pensamento racional (logos). Essa passagem ocorreu durante longo processo histórico , sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentos utilizados no passado. Durante muito tempo os primeiros filósofos gregos  compartilharam crenças míticas , enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizava a filosofia . Essa transição do mito à razão " significa precisamente que havia , de um lado , uma lógica do mito e que , de outro lado , na realidade filosófica ainda está incluído o poder do lendário" (Châtelet , História da filosofia : ideias, doutrinas , v." ,p. 21). Conforme analisa o historiador francês Pierre Grimal (1912-1996) em "A mitologia grega":

"O mito se opõe ao logos como fantasia à razão , como a palavra que narra à palavra que demonstra . Logos e mito são as duas metades da linguagem , duas funções igualmente fundamentais da vida do espírito . O logos , sendo uma argumentação, pretende convencer. O "logos" é verdadeiro , no caso de ser justo e conforme à 'lógica' ; é falso dissimula alguma burla secreta (sofisma). Mas o mito tem por finalidade apenas a si mesmo. Acredita-se ou não nele , conforme a própria vontade , mediante um ato de fé , caso pareça "belo" ou verossímil, ou simplesmente porque se quer acreditar . O mito , assim , atrai em torno de si a parcela do irracional existente no pensamento humano ; por sua própria natureza , é aparentado à arte , em todas as suas criações. (p.89)".

A força da mensagem dos mitos reside , portanto , na capacidade que têm de sensibilizar estruturas profundas , inconscientes , do psiquismo humano. Conheçamos, então, um pouco da mitologia grega.

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