Outra questão que ocupou bastante os filósofos dos séculos XVII e XVIII foi a justificação racional para a existência das sociedades humanas e para a criação do Estado. De modo geral , essa preocupação apresentou-se da seguinte forma :
¤Qual é a natureza do ser humano? Qual é o seu estado natural ? - em suas diversas conjeturas , esses filósofos chegaram , em geral , à conclusão básica de que os seres humanos são, por natureza , livres e iguais.
¤Como explicar então a existência do Estado e como legitimar seu poder ? - com base na tese de que todos são naturalmente livres e iguais , deduziram que , em dado momento , por um conjunto de circunstâncias e necessidades , os indivíduos se viram obrigados a abandonar essa liberdade e estabelecer entre si um acordo , um pacto ou contrato social , o qual teria dado origem ao Estado. Por esse motivo , essas explicações ficaram conhecidas como teorias contratualistas.
¤ Necessidade do Estado Soberano
O primeiro grande contratualista foi o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679). Em sua investigação , concluiu que o ser humano, embora vivendo em sociedade , não possui o instinto natural de sociabilidade , como afirmou Aristóteles. Cada indivíduo sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. Onde não houve o domínio de um indivíduo sobre outro, dirá Hobbes , existirá sempre uma competição intensa até que esse domínio seja alcançado.