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sexta-feira, 22 de março de 2019

Fundamentação Ideológica


O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) entendia a moral como uma produção social que atende a determinada demanda da sociedade. E essa demanda deve contribuir para a regulação das relações sociais. Como as relações sociais se transformam ao longo da história , transformam-se também os indivíduos e as moralidades que regulam essas relações. Isso quer dizer que Marx compreende a moral como uma forma de consciência própria a cada momento do desenvolvimento da existência social. Assim, os valores que fundamentam as normas morais derivam da existência social e , portanto , não são absolutos , não valem de forma universal para todos os indivíduos e para todos os tempos. A liberdade , por exemplo, embora seja um valor universal, teve conteúdos diferenciados ao longo da história.  Com base no conceito de liberdade, Marx mostra como os valores morais, que são concebidos em determinada forma de existência social , também refletem essa existência. A liberdade , de acordo com a Declaração dos Direitos do Homem , do final do século XVIII , é o poder que o indivíduo tem de fazer tudo o que não prejudique os direitos dos outros. Na análise do filósofo , esse sentido de liberdade , forjado pela modernidade , reflete a existência de indivíduos isolados , competitivos , ou seja , formados por uma sociabilidade que estimula a competitividade e a concorrência como valores. Assim, a moral seria , para Marx , uma das formas assumidas pela ideologia dominante em sociedade , pois difunde determinados valores que são necessários à manutenção dessa sociedade . É a fundamentação ideológica da moral.

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