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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Limites do Entendimento e a Nova Revolução Copernicana


   O conhecimento, portanto, seria o resultado de uma interação entre o sujeito que conhece (de acordo com suas próprias estruturas a priori) e o objeto conhecido. Isso significa que não conhecemos as coisas em si mesmas (o ser em si), isto é , como elas são, de forma independente  de nós. Só conhecemos as coisas tal como as percebemos (o ser para nós). Em outras palavras , as coisas são conhecidas de acordo com nossas próprias estruturas mentais. Para Kant , sua filosofia representava uma superação do racionalismo e do empirismo , pois argumentava que o conhecimento é o resultado de dois grandes ramos : a sensibilidade , que nos oferece dados dos objetos , e o entendimento, que determina as condições pelas quais o objeto é pensado. No prefácio da "Crítica da Razão Pura", o próprio Kant comparou seu papel na filosofia ao de Copérnico na astronomia. Quando a teoria geocêntrica não mais conseguia explicar o conjunto de movimentos dos astros, Copérnico vislumbrou a necessidade de tirar a Terra do centro do Universo e fazer-nos , como espectadores , girar em torno dos astros . Assim, lançando o modelo heliocêntrico , resolveu os impasses da astronomia da época. Algo semelhante realizou o filósofo alemão , ao inverter   a questão tradicional do conhecimento : antes se propunha que todo o conhecimento era  regulado pelos objetos ; com Kant , os objetos passaram a ser regulados pelas formas a priori de nosso conhecimento.

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