"A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos : 'Não aceitarei mais o papel de escravo'. [...] a tocha da liberdade [...] não pode jamais ser apagada". Assim clamou Mohandas Gandhi aos seus correligionários no início de seu movimento pela independência da Índia. Vimos que o processo desencadeado pela Revolução Industrial e pelo imperialismo europeu fez com que as culturas e as economias das demais regiões do mundo fossem redirecionadas para a produção complementar às economias centrais , conforme a nova divisão internacional do trabalho. Assim, após a Segunda Grande Guerra , apesar do processo de rompimento dos laços oficiais do colonialismo , a maioria dos países da África , Ásia e América Latina ainda buscava o direito de traçar seu próprio caminho, de maneira independente. A autodeterminação dos povos estava permanentemente ameaçada , pois se impunha a necessidade de posicionamento a favor de um dos blocos de poder mundial. O imperialismo deixou marcas profundas . Aos países periféricos , ainda que independentes , impunha-se a tarefa de "correr atrás" , recuperar o atraso , ou seja , buscar um desenvolvimento semelhante ao dos países centrais. Mesmo assim, sob o contexto da Guerra Fria , esses países viveram um tempo de grandes transformações , autonomia e de solidariedade entre os ovos do chamado Terceiro Mundo.