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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A Coluna Prestes


  O candidato das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, Artur Bernardes , foi envolvido em desavenças com o exército   durante a disputa eleitoral. Cartas falsas foram publicadas no jornal carioca "Correio da Manhã", nas quais Bernardes desonrava a corporação militar , proferindo insultos ao seu principal líder , o ex-presidente Hermes da Fonseca. Os militares exigiram a retirada da candidatura de Bernardes  e passaram a apoiar Nilo Peçanha. A eleição transcorreu em clima de tensão, com os militares conspirando contra o governo civil. Antes da posse do novo presidente , o exército foi designado para intervir em movimentações populares em Pernambuco.  O marechal Hermes da Fonseca , presidente do Clube Militar , condenou publicamente a intervenção decretada pelo presidente Epitácio Pessoa (1919-1922). O marechal foi preso e o Clube Militar fechado por ordem do governo. Poucos dias depois , em 5 de julho de 1922,  no Rio de Janeiro , o forte de Copacabana era tomado por um levante liderado  por oficiais de nível intermediário, em sua maioria tenentes e capitais. Cercados e bombardeados , 17 rebeldes deixaram o forte no dia seguinte , de armas na mão, e percorreram a praia  de Copacabana , caminhando ao encontro das forças leais ao   governo. No trajeto, um civil incorporou-se ao grupo. O embate resultou na morte de 16 revoltosos . Feridos restaram os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos , os únicos remanescentes dos Dezoito do Forte , origem do tenentismo , como seria lembrado o movimento.   Exatamente dois anos após o levante de Copacabana , no dia 5 de julho 1924, oficiais de São paulo iniciaram um novo levante militar que conseguiu manter a capital do estado sob o seu controle durante 22 dias. Liderados pelo general  Isidoro Dias Lopes , pelo major  Miguel Costa e pelos tenentes Juarez Távora e Eduardo Gomes , procuravam derrubar o presidente da República,  Arthur Bernardes. Em poucos dias chegavam notícias  de outros levantes em Sergipe , Amazonas e Rio Grandes do Sul. Derrotados no Sul e em São Paulo, os rebeldes organizaram duas colunas militares que acabaram por se fundir em 1925. No Sul, sob a liderança do capitão Luís Carlos Prestes , formava-se a Coluna Prestes , formava-se a Coluna Gaúcha. De São Paulo, partia a Coluna Paulista. Com a fusão , o comando foi entregue a Miguel Costa e a chefia do Estado- maior a Prestes. Com efetivo militar que chegou a contar 1.500 homens e a percorrer 24 mil km, a Coluna Prestes-Miguel COSTA cortou o território brasileiro, adotando  táticas de guerrilha contra as forças leais ao governo. Já exauridos , no começo de 1927 os rebeldes exilaram-se na Bolívia e no Paraguai.

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