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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Linguagem Tecnológica



  Algo semelhante às duas revoluções anteriores está acontecendo nas últimas décadas, como resultado do desenvolvimento da linguagem eletrônica. Essa linguagem compreende grande quantidade de meios ou mídias, desde os antigos telégrafos e gramofones , até os atuais telefone , telex , fax , rádio , televisão , cinema , vídeo , fotocopiadora , computador , internet e correio eletrônico, telefone celular , livros eletrônicos e tantas outras tecnologias que surgem em curto espaço de tempo. O problema da distância para a comunicação praticamente acabou, ao menos em tese , para um grande público . Como resultado , o mundo transformou-se em uma "aldeia  global", na expressão criada pelo comunicólogo canadense Marshall MacLuhan (1911-1980) na década de 1970.  Cada vez mais diferentes culturas se interpenetram , convertendo as mudanças em um aspecto permanente da vida atual. Com o surgimento dos correios eletrônicos, blogs , redes de relacionamento social e telefones celulares com seus vários dispositivos (fotográfico , de vidro , de  mensagem de texto etc.), as notícias chegam às pessoas quase simultaneamente aos acontecimentos , e qualquer um pode ter acesso a elas , desde que disponha dessa tecnologia. O que implica tudo isso? O impacto das novas tecnologias comunicacionais tem sido muito discutido pelos estudiosos. Talvez esteja havendo , em certa medida, uma retomada da linguagem de ação dos primeiros tempos, só que agora de forma mais democrática , já que cada um pode se tornar " um orador" , relatar os acontecimentos e interagir com a comunidade , recebendo de volta outras percepções.  Paralelamente , a possibilidade do texto eletrônico também está ampliando o acesso às bibliotecas do mundo inteiro , promovendo ainda mais a linguagem de reflexão. Qual será o resultado dessa combinação. Ainda não sabemos. De todo modo:

"[...] a longa distância da leitura mostra com firmeza que as mutações na ordem das práticas são geralmente mais lentas do que as revoluções das técnicas e sempre em defasagem em relação a elas. Da invenção da imprensa não decorreram imediatamente novas maneiras de ler. Do mesmo modo, as categorias  intelectuais  que associamos ao mundo do texto perdurarão diante das novas formas do livros [os livros eletrônicos]. [...] devemos ser bastante lúcidos para não tomarmos o virtual por um real já presente."

(Chartier, Os Desafios da Escrita , p. 112-113).

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