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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Genealogia da Moral



  Posteriormente, Nietzsche desenvolveu uma crítica intensa dos valores morais, propondo uma nova abordagem : a genealogia da moral , isto  é , o estudo da formação histórica dos valores morais. Sua conclusão foi de que não existem as noções absolutas de bem e de mal. Para Nietzsche  , as concepções morais são elaboradas pelos homens , a partir dos interesses humanos. Ou seja , são produtos histórico-culturais. No entanto as religiões , como o judaísmo e o cristianismo, impõem esses valores humanos como se fossem produtos da "vontade de Deus". Para o filósofo , grande parte das pessoas acomoda-se a uma "moral de rebanho" , baseada na submissão irrefletida aos valores dominantes da civilização cristã e burguesa. "O que é tacitamente aceito por nós ; o que recebemos e praticamos sem atritos  internos e externos , sem ter sido por nós conquistado , mas recebido de fora para dentro , é como algo que nos foi dado ; são dados que incorporamos à rotina , reverenciamos passivamente e se tornam peias (amarras que prendem os pés) ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Ora, para que certos princípios , como a justiça e a bondade , possam atuar e enriquecer , é preciso que surjam como algo que obtivemos ativamente a partir da superação dos dados. [...] Para essa conquista das mais lídimas (autênticas) virtualidades do ser é que Nietzsche ensina a combater a complacência , a mornidão das posições adquiridas , que o comodismo intitula moral, ou outra coisa bem soante."

(Candido, o portador , posfácio a Nietzsche, p. 411).

Assim, se compreendermos que os valores presentes em nossas vidas são construções humanas , se questionarmos o valor dos valores , estamos no dever de refletir sobre nossas concepções morais e enfrentar o desafio de viver por nossa própria conta e risco.

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