Quando dominaram a América , a África , a Oceania e a Ásia , os europeus procuraram sempre que possível criar economias e sociedades dependentes , subordinadas aos interesses da Europa. Esses colonizadores não poderiam ter contra eles toda a população das nações dominadas. Por isso, sabiam que era necessário ter essas nações uma classe associada a eles, uma classe cúmplice dessa dominação e que recebesse para isso vultosos ganhos. Daí a importância de classes dominantes internas , que seriam intermediárias nessa exploração internacional. Quando a Europa perdeu suas colônias, essas classes dominantes permaneceram e ficaram no poder , embora sem os europeus. E a economia continuou dependente. Para continuar com baixa remuneração da mão-de-obra em geral, tornou-se necessário manter e até fortalecer os aparatos policiais e militares , que desde a dominação europeia tinham por função manter a ordem e evitar as revoltas populares. É por isso que no Terceiro Mundo dificilmente um regime democrático consegue sobreviver por muito tempo. A democracia , de fato, necessita de uma menor diferença entre ricos e pobres, entre dominantes e dominados . Quando há uma enorme diferença entre as classes sociais, o regime democrático não sobrevive , pois ele abre espaço para reivindicações , greves, reclamos populares por direitos , etc. E por isso não pode ser tolerado numa economia baseada na intensa exploração da força de trabalho , com violentas desigualdades sociais.
