Enquanto o comércio e a vida urbana haviam sofrido uma grande regressão no ocidente, Constantinopla era uma cidade com escolas, bibliotecas, praças abertas e mercados. Enquanto o Império Romano do Ocidente caía ante as tribos germânicas, as províncias do oriente sobreviviam. Ali tomava forma, tendo Constantinopla como capital, a civilização bizantina. Constantinopla queria ser "a Nova Roma"; seu imperador usaria sempre o título de imperador dos romanos. Sua religião era cristã, sua cultura grega e a máquina administrativa, romana. Numa época em que poucos ocidentais sabiam ler ou escrever , os eruditos bizantinos estudavam literatura, filosofia, ciência e direito da Grécia e Roma antigas, e preservavam, em bibliotecas e mosteiros, as obras clássicas. Com o passar dos séculos, desenvolveram-se muitas diferenças entre a igreja bizantina e a igreja romana. O Papa (bispo de Roma) resistiu as tentativas de domínio do imperador bizantino e os bizantinos não queriam aceitar o Papa como chefe de todos os cristãos. Discordavam em relação as cerimônias, dias santificados, culto à imagens e direitos do clero. O rompimento final ocorreu em 1054. A igreja cristã foi dividida em católica Romana no ocidente e ortodoxa oriental (grega), no Oriente, divisão essa que perdura até hoje. Divergências políticas e culturais ampliaram a separação. No Império bizantino, o grego era a língua da religião e da vida intelectual; na cristandade latina, era o latim. Em sua história de mil Anos impediu que os muçulmanos árabes avançassem sobre a Europa oriental. Se os árabes tivessem rompido as defesas bizantinas grande parte da Europa poderia ter sido convertida a fé islâmica. Outro fato importante ocorreu no governo de Justiniano (527-565) , quando as leis da Roma antiga foram codificadas. Os códigos jurídicos de hoje tem, em grande parte da Europa e da América latina , suas raízes no direito romano preservado pelos juristas de Justiniano. Os bizantinos preservaram também a filosofia e a ciência, a matemática e a literatura da Grécia antiga. Os contatos com a civilização bizantina estimularam o conhecimento tanto no mundo islâmico do oriente como na cristandade latina do Ocidente. Bizâncio levou seu modelo de civilização e o cristianismo ortodoxo também aos povos eslavos, entre eles ou russos na Europa oriental . Deu-lhes um alfabeto (o cirílico) baseado no grego, permitindo que suas línguas passassem a ser escritas.
