Saiba Mais

Translate

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Erosão Acelerada


Fenômeno natural e lento, a erosão ocorre quando o impacto das chuvas desagrega as partículas que formam a camada superficial e mais fértil do solo, facilitando o seu transporte pelas águas das chuvas e pelos ventos de regiões mais altas para rios, lagos, oceanos e vales. Esse processo é equilibrado pela desagregação natural das rochas, mas, quando o ser humano interfere, com desmatamento e queimada de florestas, por exemplo, essa compensação deixa de existir e o processo é acelerado. A erosão provoca também o assoreamento dos rios, o que facilita o seu transbordamento e inundações. A cobertura vegetal protege o solo de várias maneiras. A copa das árvores  impede que a chuva caia fortemente no solo e retire sua camada superficial ; as raízes ajudam a reter as partículas do solo. Essa proteção também é importante para evitar a lixiviação, isto é, impedir que os sais minerais sejam levados pela água das chuvas para as camadas mais profundas do solo, onde as raízes não podem alcançá-los. As árvores impedem ainda a erosão do solo pela ação direta dos ventos. Outro fator erosivo é a substituição da mata original por lavoura. Muitas plantações, como milho, cana de açúcar, algodão e feijão, deixam o solo exposto boa parte do ano. Mesmo culturas perenes (que cobrem o solo ano todo), como café, não são capazes de fornecer a mesma proteção que a cobertura original: suas raízes são curtas e espaçadas, incapazes de reter bem o solo e de absorver os sais que foram levados para as camadas mais profundas depois do desmatamento. O espaçamento e a pouca folhagem das plantas de áreas agrícolas também não amortecem o impacto das chuvas com a mesma eficiência da cobertura original. Sem a cobertura da vegetação, as encostas dos morros correm maior risco de desmoronar, com graves consequências para a população que ali vive . Outro problema é que, nas plantações, a reciclagem de nutrientes fica prejudicada, pois o ser humano, ao fazer a colheita, retira os nutrientes do ambiente, impedindo que retornem ao solo. O desmatamento aumenta o aquecimento global e destrói os microrganismos decompositores responsáveis pela reciclagem dos nutrientes. Assim, a fertilidade inicial resultante dos sais minerais presentes nas cinzas é passageira. Sem a reciclagem e o depósito de folhas e animais mortos, o húmus se esgota em dois ou três anos.   ( É crime ambiental derrubar matas em áreas preservadas por lei e promover queimadas sem autorização para fins agropecuários .) Quando muito intensiva, a criação de gado também pode destruir o solo, visto que cada área só tem condições de manter determinado número de animais herbívoros. Quando esse número ultrapassa a capacidade de sustentação do terreno, a pastagem e o pisoteio excessivos destroem a vegetação de tal forma que ela não consegue mais se regenerar e ocorre o esgotamento do solo e a erosão.  O mau uso da Terra acelera a erosão e provoca em algumas regiões a formação da expansão das condições típicas dos desertos, processo chamado de desertificação. Com a retirada da vegetação, diminui a transpiração, a formação de nuvens e a quantidade de chuvas na região, e o clima fica mais seco. A desertificação tornar estéril as terras agrícolas e férteis de regiões secas, como as terras semiáridas do nordeste brasileiro. Mas não é só no Brasil: um quarto das terras do planeta está ameaçado por esse processo. A vegetação nas margens dos rios e lagos, chamada a mata ciliar ou de galeria, ajuda a segurar a terra. Se essa vegetação for retirada, a erosão provocará o acúmulo de sedimentos no fundo do rio, que fica mais raso e com menor capacidade de escoamento. Esse fenômeno é chamado de assoreamento. No Brasil, as regiões mais atingidas pela erosão estão no cerrado, com a ocorrência de voçorocas - desmoronamentos provocados por erosão subterrânea pelas águas das chuvas- , mas o problema cresce em todo país. 

Anuncios