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domingo, 30 de junho de 2019

Caudilhos e Coronéis

No meio rural, A dominação foi exercida durante séculos pela força bruta e pelo "respeito" que os trabalhadores tinham com o patrão. O proprietário das terras chegava achar que "seus" trabalhadores eram até mesmo parte de suas posses. A situação de obediência cega era, portanto, comum. Por isso, nas décadas de 20 e 40 , a política era dominada por grandes fazendeiros que eram também os líderes políticos de uma região. Nos países de língua espanhola, esse líder era conhecido como caudilho, palavra em espanhol que significa "chefe" . No Brasil, em especial no Nordeste , era conhecido como coronel. Esse chefe político era a "autoridade" econômica e política máxima em uma grande área rural e nas pequenas cidades vizinhas. Assim, em época de eleição, era ele que determinava em quem seus empregados e os de seus amigos fazendeiros deveriam votar. Daí a expressão "voto de cabresto". Já nas grandes cidades, a situação é bem diferente. O patrão não detém mais um controle direto sobre as ideias e os votos dos empregados. Surge, então, um novo tipo de liderança política, diferente daquela do coronel ou caudilho do meio rural. Essas lideranças são exercidas por políticos profissionais que tem suas bases eleitorais nas cidades e que procuram ganhar o voto das pessoas com promessas que, em sua maioria, jamais irão cumprir. Geralmente , procuram dar a impressão de que entregaram o dinheiro público em benefício do povo e não para favorecer seus amigos e parentes, que não irão admitir funcionários públicos ociosos, que acabaram com as mordomias e os marajás. Pode-se dizer então que na América Latina nunca houve, de fato, regimes democráticos durante esses momentos até os  anos 2010, com algumas ressalvas . O que surge com frequência é o populismo disfarçado em democracia. Mas existem importantes diferenças entre esses dois regimes políticos. O populismo não é uma forma de democracia, pois as decisões importantes não são tomadas "de baixo para cima" Trata-se de uma forma sutil de autoritarismo, em que o exercício do poder é efetuado "de cima para baixo" , e as classes populares são manipuladas pela propaganda e pela demagogia. 

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