Por causa do subdesenvolvimento, da dependência em relação aos países mais industrializados e da grande diferença entre as pessoas pobres e as mais ricas, em geral os governos dos países americanos são autoritários. Dificilmente um governo democrático consegue durar muito tempo na América Latina. Em geral, o que existe são regimes políticos autoritários, em que os governantes tomam decisões sem consultar a população e sem levar em conta os interesses populares. Nessa imensa região são frequentes as ditaduras, civis ou militares, que se mantém no poder graças ao uso da violência. A polícia, em geral, não respeita os direitos mínimos do ser humano e, comumente, usa a força bruta sobre a população mais pobre. Prisões sem ordem judicial, apenas porque indivíduos de aparecia humilde estão sem documentos ou são considerados suspeitos, espancamentos, abusos de autoridade, tortura de presos são fatos rotineiros na América Latina . Por causa da enorme disparidade entre os ricos - a minoria - e os pobres - a grande maioria -, a democracia acaba não funcionando muito bem. Na verdade, para que o regime democrático funcione, é necessário que as desigualdades sociais sejam mínimas. Além disso, no regime democrático há sindicatos livres, há o direito de greve para os trabalhadores, eleições periódicas e honestas, liberdade de imprensa, respeito aos direitos individuais das pessoas, etc. E tudo isso incomoda aqueles que são privilegiados e procuram manter seus privilégios de qualquer maneira. Por isso, em geral, as elites dominantes na América Latina são antidemocráticas E extremamente autoritárias. O autoritarismo político e a violência exercida pelo próprio governo são traços marcantes nos países latino-americanos desde a época colonial. Como as colônias existiam apenas para o enriquecimento das metrópoles, e como a mão de obra era escrava, a distância entre os proprietários e a força de trabalho era enorme. Não havia nenhum diálogo e respeito mútuo entre proprietários e trabalhadores. O funcionamento da colônia era garantido pela força bruta, exercida por soldados ou policiais. E quando esses países se tornaram independentes ou a escravidão foi abolida, a situação pouco mudou, pois a mão de obra permaneceu mal paga e muitas vezes submetida a violências.
