Mesmo com poucos países africanos que adotaram uma economia planificada, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, vivem esse drama da diversidade étnica e cultural. Esse fato leva inclusive a colocar em dúvida a adoção desse sistema econômico e político por países africanos. O socialismo foi pensado também por europeus nos séculos passados e tinha como base a classe operária europeia, que , naquele momento, crescia e reivindicava novos direitos. O socialismo supõe que o povo seja mais ou menos homogêneo, tenha interesses comuns e apresente uma certa unidade cultural. Contudo, isso não existe nos países africanos. Em geral, o que encontramos aí é uma grande diversidade cultural, que inclui interesses e aspirações específicos de cada grupo. Por isso , durante a vigência da planificação Econômica, esses governos africanos procuraram unificar os diversos povos que compõem cada país, por intermédio de uma língua oficial, vinda da Europa. E essa unificação da população foi feita através da escola ou , muitas vezes, da força militar. Ou seja, a curta experiência socialista em alguns países africanos não ocasionou profundas mudanças, pois os problemas comuns do continente prevaleceram e não deixaram esses países se diferenciarem dos demais. Como se vê , a imposição do modelo econômico e político europeu aos povos africanos é notória e, infelizmente, gerou - e continua gerando - dramáticas consequências para a população em geral.
