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Vejamos o caso da Nigéria , o país mais populoso da África. Esse país foi colônia inglesa durante aproximadamente 100 anos. Mas , com a independência, a classe dominante percebeu que a unidade nacional só poderia ser mantida pela língua do ex-colonizador. Por isso, apesar de serem falados aí cerca de 250 idiomas e de milhões de pessoas no interior do país sequer conhecerem o inglês , essas língua foi declarada idioma oficial, como forma de manter unido o território nigeriano e conservar suas riquezas. Por causa dessa unidade imposta à força, a Nigéria já enfrentou uma guerra devastadora - a Guerra da Biafra - entre 1968 e 1969 . Essa guerra , em que morreram milhões de pessoas, teve como causa a tentativa malograda de separação do povo ibo, o que pretendia criar a República de Biafra , na parte leste da Nigéria. A Nigéria é apenas um exemplo escolhido para mostrar o profundo artificialismo na formação das nações ou países africanos. Praticamente todos eles possuem problemas semelhantes . São formados por povos diferentes, com idiomas próprios, culturas e tradições seculares ou até milenares, que foram agrupados pelos colonizadores e que tem de viver até hoje sobre fronteiras impostas.
