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segunda-feira, 8 de julho de 2019

Adam Smith E O Liberalismo Econômica

O navio em que Robinson Crusoe viajava naufragou e ele foi parar numa ilha deserta. Sem pestanejar, Crusoe  decidiu suas prioridades: primeiro, construir um abrigo onde pudesse evitar o frio e os animais selvagens; depois, pescar e colher frutas para se alimentar. Já instalado, e com a sobrevivência garantida, pôde investir: melhorou as condições da casa improvisada, construiu equipamentos para pescar mais eficientemente e tomou algumas medidas para proteger-se contra outros habitantes da ilha que talvez fossem pouco amistosos. Esse é o foco do romance profundamente atraente de Daniel Defoe (1660-1731) , " A Vida e Estranhas e Surpreendentes Aventuras de Robinson Crusoe de York", marinheiro, escrito em 1719. A habilidade fantástica de crusoe para construir seus utensílios a partir de quase nada lembra a criação do mundo por Deus. Representa o triunfo do individualismo, da capacidade humana de dominar a natureza. Um náufrago que retira da solidão a sua força. O indivíduo completamente dominado pela busca racional dos interesses materiais. Foi essa imagem da capacidade individual que o economista Adam Smith (1732-1790) reafirmou. Britânico, como Defoe vivendo na época em que se experimentava o início da Revolução Industrial e assistindo ao triunfo das fábricas e ao desejo voraz de mercados, ele se tornou um defensor do homem de negócios independente, o empresário. Seu livro, "A Riqueza Das Nações" (1776) , em que postulou a total Liberdade a atividade empresarial, tornou-se uma espécie de Bíblia do capitalismo. Havia aí a noção de que o interesse individual deveria ser aceito e estimulado. Caberia aos governos ajudar os homens a expressarem seus interesses e, com isso, encontrarem a felicidade. Na área econômica, ao contrário, os governantes mercantilistas controlariam os mercados: medidas protecionistas, pactos coloniais e controle sobre a produção, que eram práticas constantes em toda a Europa. A observação das fábricas deu a Smith a percepção da importância da divisão do trabalho para aumentar a produção e para tirar os preços. O trabalho seria o fator crítico da economia capitalista. O valor do dinheiro e de um indivíduo estaria baseado na sua capacidade de comprar trabalho. O valor do trabalho, por sua vez, seria determinado pelo mercado em oferta e procura. O trabalho pertenceria aquele que oferecesse mais por ele. As forças do mercado organizariam naturalmente a economia. Uma mão invisível garantiria a sustentação da economia sem que fosse necessária a presença da "mão pesada" dos Estados mercantilistas .  A mão invisível do mercado conciliaria o interesse pessoal com interesse comum ou público . Smith expressava sua fé no progresso da sociedade no indivíduo tornando-se cada vez mais habilidoso em seu trabalho e , dessa forma, aumentando a quantidade de ciência. O conhecimento seria progressivo e, como resultado a condição humana melhoraria constantemente. Seria o triunfo de uma sociedade de "Robinsons Crusoes". 

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